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    Ibovespa crava 10ª alta seguida com entrada de estrangeiros e aposta sobre juro nos EUA

    O Ibovespa avançou 0,47%, a 128.896,98 pontos, nesta sessão, contabilizando um ganho de 2,08% na semana

    Ibovespa sobe nos primeiros negócios com viés externo favorável (Foto: REUTERS/Nacho Doce)

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    SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira pelo décimo pregão seguido, encostando nos 129 mil pontos, em movimento reforçado por crescente confiança de investidores de que o banco central dos Estados Unidos começará a cortar os juros em setembro e fluxo positivo de estrangeiros na bolsa brasileira.

    Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa avançou 0,47%, a 128.896,98 pontos, nesta sessão, contabilizando um ganho de 2,08% na semana e de 4,03% até agora no mês, que não teve nenhum fechamento negativo.

    A sequência de 10 altas é a maior desde um período entre o fim de 2017 e o início de 2018, quando o Ibovespa avançou por 11 sessões consecutivas. Apesar disso, a performance acumulada no ano segue no vermelho, com queda de 3,94%.

    O volume financeiro nesta sexta-feira somou 17,6 bilhões de reais.

    A performance recente acompanha a melhora da movimentação de estrangeiros na B3, com as compras no mercado secundário de ações superando as vendas em 2,88 bilhões de reais no mês até o dia 10. No ano, o saldo segue negativo, em 37,2 bilhões.

    "Nós estamos vendo fluxo positivo de estrangeiros, e isso é muito importante. Para mim, é o que explica essas altas consecutivas", destacou o gestor e sócio-fundador da Trígono Capital, Werner Roger.

    "Parece que os estrangeiros já estão procurando emergentes e o Brasil é a bolsa que mais caiu no mundo em dólar", acrescentou, ponderando que no ano o sinal ainda é negativo, com investidores "talvez ainda aguardando o movimento da Selic".

    No pano de fundo desse fluxo externo, está a maior possibilidade de cortes de juros nos EUA em setembro, reforçada por dados de preços ao consumidor norte-americano e falas do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, nessa semana.

    Para a equipe da corretora Commcor, esses últimos eventos alimentaram a percepção de que o Fed pode, enfim, estar recebendo os sinais necessários para cortar a taxa básica de juros dos EUA, que está desde 2024 na faixa de 5,25% a 5,50%.

    Em Nova York, o índice S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, fechou em alta de 0,55%, sendo negociado perto de marcas históricas. O rendimento do Treasury de 10 anos marcava 4,1828% no final da tarde, de 4,193% na véspera.

    Outro componente benigno para a bolsa paulista tem sido a comunicação mais firme do governo em relação às contas públicas do país, embora ainda sem medidas efetivas, assim como o tom mais contido das falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    De acordo com o gestor da Trígono, porém, as ações estão bastante reativas, positivamente e negativamente, mostrando oscilações relevantes ao sabor do noticiário, o que deve manter a volatilidade nos negócios.

    DESTAQUES:

    - B3 ON valorizou-se 4,16%, em meio à repercussão de dados operacionais da empresa de infraestrutura de mercado divulgados na noite da véspera, com analistas do Goldman Sachs e do Citi chamando a atenção principalmente para o desempenho no segmento de derivativos, apesar da fraqueza ainda nos volumes no mercado de ações. No ano, porém, ainda acumula queda de 22%.

    - WEG ON avançou 2,05%, com analistas do Itaú BBA reforçando recomendação de compra para as ações da fabricante de motores e componentes elétricos, afirmando que a visão positiva está alicerçada na consolidação dos três pilares: uma inflexão positiva nas expectativas de crescimento, rentabilidade e custo de capital próprio. Em 2024, o papel já sobe 23%.

    - ISA CTEEP PN recuou 4,24%, após a Eletrobras anunciar oferta secundária de até 130 milhões de ações que detém na transmissora de energia. ELETROBRAS ON fechou em alta de 1,27%, tendo no radar declaração do ministro de Minas e Energia de que o governo está disposto a fechar acordo na conciliação que trata sobre o poder de voto da União na empresa.

    - CYRELA ON caiu 4,2%, em dia de correção negativa para o setor, acompanhando também o ajuste para cima nas taxas dos contratos de DI após quedas relevantes recentemente, tendo ainda no radar prévia operacional do segundo trimestre, com queda de 6% nas vendas ano a ano, excluindo permutas. MRV&CO ON perdeu 4,13% e EZTEC ON cedeu 1,99%.

    - VALE ON avançou 1,47%, ampliando os ganhos à tarde e sancionando a alta do Ibovespa. A companhia anunciou que chegou a um acordo com a mineradora BHP para dividir igualmente o custo de quaisquer danos relacionados aos processos no Reino Unido sobre o rompimento de uma barragem no Brasil em 2015. Na China, os futuros do minério de ferro fecharam em alta.

    - PETROBRAS PN cedeu 0,47%, com preços do petróleo no exterior também terminando no território negativo. O barril de Brent, usado como referência pela estatal, encerrou a sexta-feira com decréscimo de 0,43%.

    - BTG PACTUAL UNIT valorizou-se 2,26%, melhor desempenho entre os bancos do Ibovespa, seguido por BANCO DO BRASIL ON, que subiu 1,32%. Na outra ponta, ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 0,56%, BRADESCO PN fechou com variação negativa 0,24% e SANTANDER BRASIL UNIT encerrou em baixa de 0,7%.

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