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    Ibovespa fecha em alta com aval de Vale antes de dados dos EUA

    Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,29%, a 136.502,49 pontos

    Ibovespa (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

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    SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira, endossado pelo avanço de Vale, apesar da queda dos futuros do minério de ferro na China, com agentes financeiros na expectativa por dados que podem ajudar a balizar as apostas sobre um esperado corte de juros nos Estados Unidos.

    Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,29%, a 136.502,49 pontos, tendo marcado 135.959,32 pontos na mínima e 136.656,04 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou apenas 18,1 bilhões de reais.

    Dados divulgados nesta sessão reforçaram as perspectivas de que o Federal Reserve deve anunciar no próximo dia 18 redução na taxa de juros, mas é o relatório do mercado de trabalho do governo previsto para a sexta-feira que deve definir as apostas sobre a magnitude do corte -- 0,25 ou 0,50 ponto percentual.

    No mercado norte-americano, o S&P 500 fechou em baixa de 0,30%, refletindo alguma cautela em relação aos dados, uma vez que também podem alimentar os receios sobre uma desaceleração mais acentuada da maior economia do mundo. O rendimento do Treasury de 10 ano marcava 3,7269%, de 3,768% na véspera.

    De acordo com a gestora de renda variável do Fator Isabel Lemos, uma vez que os dados norte-americanos estão vindo mais fracos, de modo geral, do que o esperado, o mercado já está assumindo que o Fed vai reduzir neste mês os juros -- atualmente na faixa de 5,25% a 5,50%.

    Ela destacou a entrada líquida de capital externo na bolsa paulista em agosto como um reflexo dessa expectativa, mas chamou a atenção também para perspectiva de que o Banco Central do Brasil pode elevar a taxa Selic, atualmente em 10,50% ao ano.

    Desde o mês passado, um número crescente de economistas vem revisando suas previsões para contemplar uma alta na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) neste mês, em meio a preocupações com pressões inflacionárias conforme a economia brasileira tem mostrado números mais fortes.

    Na visão de Lemos, em um momento de troca no comando do BC, um aumento da Selic pode adicionar um grau de confiança em relação à política econômica, sinalizar comprometimento com a meta de inflação, com um eventual efeito positivo na curva de juros, com queda nas taxas longas, o que é benéfico para ações.

    A gestora ainda chamou a atenção para os resultados das empresas na última temporada de balanços, com boa parte mostrando números positivos, o que endossa um cenário favorável dado que os múltiplos estão baixos. "Isso corrobora a visão de que o mercado de renda variável está atrativo."

    DESTAQUES

    - VALE ON fechou em alta de 0,72%, mesmo com os futuros do minério de ferro na China recuando pelo quinto pregão seguido. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou o dia com queda de 2,58%, a 678,5 iuanes (95,58 dólares) a tonelada. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira ter a expectativa de fechar um acordo até o começo de outubro com Samarco e suas sócias, Vale e BHP, para reparação e compensação pelos rompimentos das barragens de Mariana e Brumadinho (MG).

    - IRB(RE) ON avançou 6,14%, recuperando-se do tombo de mais de 6% na véspera, e mantendo o rali desde a divulgação do balanço do segundo trimestre em meados de agosto, com ganho acumulado no período de quase 60%. Ao incluir os papéis em sua carteira de small caps para setembro, estrategistas do BTG Pactual afirmaram que os resultados do segundo trimestre ajudaram a reduzir os riscos da tese e que os dados operacionais de julho devem indicar tendências positivas.

    - MRV&CO ON subiu 5,99%, em mais uma sessão de alívio nas taxas futuras de juros, com o índice do setor imobiliário mostrando acréscimo de 0,42%. Além disso, analistas do Bank of America reforçaram a recomendação de "compra" para as ações da MRV&Co, com preço-alvo de 15 reais, citando expectativa de geração de caixa no segundo semestre do ano, o que pode gerar "momentum" para a ação.

    - AZUL PN recuou 3,91%, ainda pressionada por preocupações acerca do endividamento da companhia aérea e potenciais alternativas no radar da empresa. A BlackRock, em nome de alguns de seus clientes, vendeu ações da Azul e agora suas participações recuaram para o equivalente a menos de 5% das ações preferenciais da empresa.

    - BRAVA ENERGIA ON caiu 1,74%, após a petroleira, anteriormente conhecida como 3R, divulgar que a produção no campo Papa Terra foi interrompida na quarta-feira por pedido da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de informações sobre sistemas operacionais da plataforma.

    - PETROBRAS PN recuou 0,62%, conforme os preços do petróleo perderam fôlego no mercado internacional. O barril de Brent, usado como referência pela companhia, fechou praticamente estável, a 72,69 dólares.

    - ITAÚ UNIBANCO PN subiu 0,64%, BRADESCO PN avançou 0,88% e BANCO DO BRASIL ON valorizou-se 0,9%, enquanto SANTANDER BRASIL UNIT caiu 0,57%.

    - PAGBANK e STONECO, que são negociadas em Nova York, recuaram 8,49% e 6,42%, respectivamente, após o Morgan Stanley cortar a recomendação para ambas as ações a "underweight", com forte redução nos respectivos preços-alvo, avaliando que o mercado de "pagamentos digitais no Brasil saturou". No caso de PagBank, o preço-alvo passou de 15,80 para 6,50 dólares, enquanto StoneCo passou de 17,80 para 7 dólares.

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