Ibovespa fecha em alta puxado por bancos e melhora externa
A sessão foi de alívio, após a aversão a risco que marcou a véspera
(Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira, com Bradesco mais uma vez entre os destaques positivos ainda embalado pela repercussão positiva ao balanço divulgado na véspera, enquanto Itaú avançou mais de 2% antes do resultado a ser divulgado após o fechamento.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,8%, a 126.266,7 pontos, tendo marcado 126.966,28 pontos na máxima e 125.261,37 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou 22,58 bilhões de reais.
A melhora do cenário externo, com os norte-americanos S&P 500 e Nasdaq fechando com ganhos ao redor de 1%, avalizou o desempenho positivo das ações brasileiras.
De acordo Letícia Consenza, sócia e advisor da Blue3, a sessão foi de alívio, após a aversão a risco que marcou a véspera em meio a preocupações relacionadas ao risco de uma recessão nos Estados Unidos.
"Foi um movimento até um pouco precipitado dos mercados... mas hoje o cenário de mais estabilidade, de recuperação", afirmou.
No Brasil, agentes financeiros também repercutiram a ata da última decisão de política monetária do Banco Central, na qual a autarquia disse que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado.
"O tom foi significativamente mais duro do que o comunicado pós-reunião", avaliaram economistas do Bradesco chefiados por Fernando Honorato em nota a clientes sobre a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.
"Não acreditamos que será necessário iniciar outro ciclo de alta e projetamos Selic em 10,5% no final do ano. Porém, como o cenário está mudando rapidamente, o Copom deixou essa porta aberta", acrescentaram.
DESTAQUES
- BRADESCO PN valorizou-se 3,31%, ainda embalado pela repercussão positiva do resultado trimestral conhecido na véspera, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN subiu 2,22% antes da divulgação do balanço do segundo trimestre após o fechamento do mercado nesta terça-feira. Ainda no setor, BTG PACTUAL avançou 1,54%, enquanto BANCO DO BRASIL ON, que reporta resultado na quarta-feira, ganhou 1,72%.
- PETROBRAS PN fechou em alta de 1,74%, em dia de variação modesta dos preços do petróleo no exterior, com o barril de Brent negociado com acréscimo de 0,24%. Investidores aguardam a divulgação do balanço da petroleira na quinta-feira, após o fechamento do mercado, e, principalmente, decisão envolvendo os dividendos da estatal.
- VALE ON reverteu queda e subiu 0,51%, apesar do declínio dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado em Dalian fechou em queda de 1,4%. Em Cingapura, o vencimento de referência cedeu 0,55%. O Itaú BBA reiterou recomendação "outperform" para as ações da mineradora, mas cortou o preço-alvo dos ADRs (que são negociados em Nova York) de 14 para 13 dólares.
- VAMOS ON desabou 10,03%, após a companhia de aluguel e gestão de frotas de veículos pesados reportar lucro líquido ajustado de 205,5 milhões de reais no segundo trimestre, quase o dobro dos 107 milhões de um ano antes, mas abaixo do esperado. Executivos da empresa afirmaram que a Vamos alterou sua política comercial após sofrer aumento nas retomadas de ativos que antes estavam em poder de clientes do agronegócio no Cerrado, reduzindo compras de novos ativos e focando em queda de estoques até o final do ano. Com a estratégia, o presidente-executivo Gustavo Couto afirmou que espera que a empresa reduza sua alavancagem até o final do ano.
- GPA ON recuou 7,17%, revertendo a alta da abertura e após disparar quase 15% na véspera. O varejista divulga após o fechamento seus números do segundo trimestre. Investidores também continuam especulando sobre o destino da participação do francês Casino no dono da bandeira Pão de Açúcar, após o grupo declarar que não se trata mais de um ativo estratégico.
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