Ibovespa fecha pregão em queda
Commodities como o petróleo e o minério de ferro têm sofrido bastante, o que afeta a Bolsa de Valores brasileira
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa descolou de Wall Street e fechou em queda nesta quarta-feira, pelo sexto pregão seguido, com as ações da Vale novamente entre as maiores pressões de baixa, após nova queda do minério de ferro na China.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,32%, a 121.407,33 pontos, chegando a flertar com o território positivo, quando marcou 122.170,07 pontos na máxima. No pior momento, chegou a 121.253,01 pontos.
O volume financeiro somou 19,6 bilhões de reais.
De acordo com o chefe da EQI Research, Luís Moran, commodities como o petróleo e o minério de ferro têm sofrido bastante, o que afeta o Ibovespa. Apenas as ações de Vale e Petrobras respondem por mais de um quarto do índice.
"É fundamentalmente commodities", afirmou.
Nesta sessão, o petróleo até experimentou uma recuperação, com o barril do Brent fechando em alta de mais de 1%, a 78,41 dólares. Mas o avanço ocorreu após cinco quedas seguidas, em que o Brent acumulou uma perda de quase 8%.
Wall Street, por sua vez, fechou no azul, com o S&P 500 e o Nasdaq renovando recordes, enquanto dados mostraram novos sinais de desaquecimento da economia norte-americana, corroborando a queda nos rendimentos dos Treasuries.
Moran citou que os dados de atividade nos Estados Unidos estão se alinhando em uma direção clara de que a maior economia do mundo está desaquecendo, mas ainda há dúvidas sobre um corte de juros pelo Federal Reserve.
Para ele, uma resposta mais positiva da bolsa paulista ao cenário norte-americano depende ainda de uma sinalização mais clara sobre uma primeira redução da taxa básica de juros nos EUA. "Esse seria o gatilho para virarmos a mão nesse jogo."
Investidores também continuaram analisando medida provisória editada na véspera com mudanças no sistema de créditos de PIS/Cofins para compensar a desoneração da folha salarial de 17 setores da economia e municípios de pequeno porte.
Para analistas do Bradesco BBI, empresas de alimentos, distribuição de combustíveis, agricultura e farmacêuticas devem ser as mais afetadas pela medida, que limita o uso de créditos para compensação.
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