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    IGP-M acelera para 0,62% em setembro, com efeito do clima sobre alimentos e energia

    Com o resultado do mês, o índice de inflação acumula elevação de 2,64% no ano e de 4,53% nos últimos 12 meses

    Preços de alimentos exibidos do lado de fora de um supermercado no Rio de Janeiro 08/04/2022 (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes)

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    Por Roberto de Lira, Infomoney - O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) acelerou para 0,62% em setembro, após ter registrado uma alta de 0,29% em agosto, com pressão nos preços de alimentos causadas pelo calor intenso no período tanto no índice ao produtor como do consumidor, informou nesta sexta-feira (27) a Fundação Getulio Vargas.

    Com o  resultado do mês, o índice de inflação acumula elevação de 2,64% no ano e de 4,53% nos últimos 12 meses.

    Em setembro de 2023, o IGP-M havia apresentado aumento de 0,37% no mês e acumulava queda de 5,97% em 12 meses.

    Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV/Ibre, as mudanças climáticas e os efeitos sazonais têm gerado novas pressões sobre os preços das principais commodities.

    “No Índice ao Produtor, os aumentos mais expressivos foram observados em bovinos, leite e laranja. No Índice ao Consumidor, a desaceleração menos intensa da queda dos alimentos in natura e a adoção da bandeira tarifária vermelha, patamar 1, contribuíram para a aceleração da inflação”, comentou em nota

    Na construção civil, ele informou que a mão de obra se destacou, com uma taxa interanual de 7,45%, superior à média do índice, que é de 5,23%.

    IPA

    Em setembro, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,70%, uma aceleração em relação ao comportamento observado em agosto, quando teve alta de 0,29%. O grupo de Bens Finais avançou 0,69% em setembro, uma inversão da taxa em relação ao mês anterior, quando registrou queda de 0,10%.

    Esse acréscimo foi impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos in natura, cuja deflação passou de -7,11% para -0,56%.

    A taxa do grupo Bens Intermediários subiu 0,57% em setembro, porém com menor intensidade que a do mês anterior, quando registrou alta de 0,93%. O principal fator que influenciou esse recuo foi o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 2,18% para -1,82%.

    Já o estágio das Matérias-Primas Brutas teve alta de 0,87% em setembro, após registrar queda de 0,05% em agosto.

    A aceleração deste grupo foi influenciada principalmente por itens chave, tais como a soja em grão, que inverteu sua taxa de uma queda de 0,55% para uma alta de 2,59%, o leite in natura, cuja taxa avançou de 0,82% para 5,21%, e o café em grão, que subiu de 1,98% para 4,14%.

    Em contraste, alguns itens tiveram um comportamento oposto, entre os quais se destacam a cana-de-açúcar, que passou de uma alta de 1,58% para uma leve elevação de 0,06%, a mandioca/aipim, que reduziu de uma alta de 0,91% para uma queda de 0,22% e o milho em grão, que suavizou a alta em sua taxa de 2,78% para 2,44%.

    IPC

    O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), por sua vez teve uma variação de 0,33%, avançando em relação à taxa de 0,09% observada em agosto. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, cinco exibiram aceleração em suas taxas de variação.

    O maior impacto veio do grupo Habitação, cuja taxa de variação passou de -0,08% para 1,00%. Dentro desta classe de despesa, o destaque foi o subitem tarifa de eletricidade residencial, que passou de uma queda de -0,71% na medição anterior para 3,76% na atual.

    Também apresentaram avanços em suas taxas de variação os grupos Alimentação (de -1,11% para -0,12%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,07% para 0,19%), Despesas Diversas (de 0,99% para 1,24%) e Educação, Leitura e Recreação (de 0,48% para 0,59%).

    Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos itens: hortaliças e legumes (de -16,09% para -12,47%), artigos de higiene e cuidado pessoal (de -0,71% para -0,40%), cigarros (de 1,15% para 5,35%) e passagem aérea (de 2,60% para 3,55%).

    Em contrapartida, os grupos Transportes (de 1,22% para -0,01%), Comunicação (de 0,19% para 0,01%) e Vestuário (de -0,17% para -0,23%) tiveram recuos em suas taxas de variação.

    Dentro destas classes de despesa, os destaques foram: gasolina (de 3,62% para -0,42%), mensalidade para internet (de 1,59% para 0,00%) e roupas (de -0,15% para -0,29%).

    INCC

    Em setembro, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma alta de 0,61%, um valor inferior à taxa de 0,64% observada em agosto.

    Analisando os três grupos constituintes do INCC, o grupo Materiais e Equipamentos apresentou um recuo, passando de 0,76% para 0,60%; o grupo Serviços avançou significativamente de 0,05% para 0,50%; e o grupo Mão de Obra registrou aceleração, variando de 0,57% para 0,64%.

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