Inadimplência registra leve queda, mas ainda atinge quase 70 milhões de brasileiros, mostra pesquisa CNDL/SPC
O Brasil tem quatro em cada dez adultos que estão negativados, apontaram as estatísticas publicadas pelas duas instituições
247 - A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) informaram que o Indicador de Inadimplência apontou quatro em cada dez brasileiros adultos (41,50%) negativados em fevereiro de 2025. O percentual representa 68,76 milhões de consumidores - o número significou leve queda de 0,04% no comparativo com janeiro, mas correspondeu ao aumento de 3,22% em relação a fevereiro de 2024.
Cada consumidor negativado devia, em média, R$ 4.650,21 na soma de todas as dívidas, em fevereiro de 2025. A dívida por inadimplente tem 2,15 empresas credoras. As estatísticas mostraram que três em cada dez consumidores (30,32%) tinham dívidas de até R$ 500, percentual que chega a 43,93% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.
Conforme o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior, “algumas estratégias podem ser fundamentais para reduzir a inadimplência e ajudar os consumidores a recuperarem sua saúde financeira”.
“Investir em educação financeira, revisar cuidadosamente as despesas para identificar cortes possíveis e poupar um valor antes de renegociar a dívida são medidas que aumentam as chances de sair da inadimplência de forma sustentável, reduzindo o risco de reincidência. A inadimplência gera um efeito dominó que prejudica tanto a economia quanto a população. Programas de renegociação de dívidas promovidos pelo governo federal também podem ajudar a melhorar esta situação”, destacou.
Pelos números, foi registrada uma evolução das dívidas com o setor bancário, com crescimento de 8,62%. Em outra direção, as dívidas com o setor credor de Comércio (‐6,51%), Água e Luz (‐5,70%) e Comunicação (‐3,64%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso.
Em comunicado, a CNDL prestou o seguinte esclarecimento: “para todos os indicadores, considera-se que uma dívida é a relação de um credor com um devedor, mesmo que esse credor tenha incluído vários registros desse devedor junto ao SPC Brasil. Ou seja, mesmo que um devedor tenha quatro registros de um mesmo credor, assume-se que esse consumidor tem apenas uma dívida”.
Mais detalhes
O número de devedores com participação mais expressiva em fevereiro está na faixa etária de 30 a 39 anos (23,81%). De acordo com a estimativa, são 17,03 milhões de pessoas registradas em cadastro de devedores nesta faixa, quantidade que representa a metade (50,13%) dos brasileiros desse grupo. A participação dos devedores por sexo continua bem distribuída, sendo 51,08% mulheres e 48, 92% homens.
Em fevereiro de 2025, o número de dívidas em atraso no Brasil teve crescimento de 5,29% em relação ao mesmo período de 2024. Na passagem de janeiro para fevereiro, o indicador apresentou alta de 0,54%.
Em termos de participação, o setor credor que concentra a maior parte das dívidas é o de Bancos, com 66,50% do total. Na sequência, aparece Comércio (10,00%), o setor de Água e Luz com 9,77% e Outros com 8,07% do total de dívidas.
Na abertura por região em relação ao número de dívidas, a maior alta veio da região Centro‐Oeste (10,41%), seguida pelo Norte (5,92%), Nordeste (4,28%), Sudeste (4,13%) e Sul (2,06%).
O presidente da CNDL, José César da Costa, afirmou que “a inadimplência no Brasil tem apresentado um crescimento constante, com poucas oscilações, enquanto a recuperação de crédito segue em declínio”.
“A situação é preocupante e tende a se agravar, já que as taxas de juros, que já estão elevadas, têm previsão de alta. Além disso, a inflação nos alimentos tem pressionado o orçamento das famílias, reduzindo sua capacidade de honrar compromissos financeiros. O cenário se torna ainda mais preocupante diante da falta de avanços significativos na educação financeira do brasileiro”.
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