Itália tenta furar círculo de fogo com acordo fiscal

247 - A Itália achou uma fresta de saída para o círculo de fogo que cerca o país e que ameaça esturricar toda a zona do euro. Ontem, as forças políticas italianas conseguiram chegar a um acordo em torno de um pacote de austeridade fiscal (mais impostos e menos despesas), o que viabiliza a saída do primeiro-ministro, Silvio Berlusconi.

O acordo e a renúncia de Berlusconi devem ser referendados até o final da semana, segundo analistas locais. Essa configuração na crise italiana amenizou um pouco o clima de pânico que estava dominando o mercado desde ontem. Essa tensão se manifestou nas bolsas asiáticas, que fecharam hoje com quedas expressivas.

O destaque foi o pregão da Bolsa de Hong Kong, que caiu 5,3%. Os protagonistas dessa derretida foram o HSBC e o IBCB, maior banco chinês. Os fracos resultados do HSBC, no terceiro trimestre, levaram a um desempenho dramático das suas ações, que caíram 9,1%. A agonia se repetiu com o IBCB, quer perdeu 8,7%, por conta de um relatório negativo emitido pelo Goldman Sachs.

Em Tóquio, a tragédia foi menor, mas a bolsa encerrou o dia com queda 2,9%, o que, para os padrões japoneses, representa uma alta volatilidade. As bolsas europeias estancaram a sangria. A Bolsa de Milão chegou a abrir em ligeira alta, de 0,26%, por causa do acordo anunciado. As demais bolsas da zona do euro começaram o dia no negativo, mas isso pode mudar ao longo dia, se se confirmarem os avanços na Itália.

Os EUA começaram o dia bem, com os futuros Nasdaq e S&P 500 trabalhando em terreno ligeiramente positivo. Já a Bovespa segue tentando se equilibrar entre os bons fundamentos do Brasil com a crise internacional. Em tempos de crise global, normalmente, a Bovespa acelerava perdas e ganhos, bem acima que as bolsas internacionais. Dessa vez, está conseguindo manter um comportamento mais razoável, chegando a se descolar do clima geral de pessimismo. O mercado está tentando trabalhar com sangue frio, esse é o desafio, num mercado que tem preços de oportunidade.