JP Morgan confirma: processo de desdolarização, defendido por Lula, avança no mundo
Estrategistas de um dos maiores bancos dos Estados Unidos afirmam que a troca do dólar por outras moedas é uma tendência
247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem consistentemente defendido a ideia da desdolarização na economia mundial. Em uma série de declarações, o presidente Lula tem se posicionado contra uma dependência excessiva do dólar americano, alegando que tal dependência pode promover instabilidades econômicas e comprometer a autonomia econômica das nações. Os países do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – também têm questionado a hegemonia do dólar, impulsionados parcialmente pelas sanções americanas e pelo aumento dos juros nos EUA. Nesse contexto, Lula tem sido um porta-voz vigoroso em favor de uma maior independência monetária para os países do BRICS no cenário mundial.
A novidade é que essa visão vem sendo confirmada agora pelo JP Morgan, um dos maiores bancos dos Estados Unidos, cujos estrategistas apontaram a desdolarização como uma clara tendência, conforme aponta reportagem da Reuters. Confira: s.
LONDRES (Reuters) - Sinais de desdolarização estão surgindo na economia global, disseram estrategistas do maior banco norte-americano, JPMorgan, nesta segunda-feira, embora a moeda deva manter seu domínio de longa data no futuro próximo.
O impacto dos aumentos acentuados nos juros dos Estados Unidos e o uso de sanções que afastaram países como a Rússia do sistema bancário global estão levando os Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - a desafiar a hegemonia do dólar.
As estrategistas do JPMorgan Meera Chandan e Octavia Popescu afirmaram que, embora o uso geral do dólar permaneça dentro de uma faixa histórica, o uso foi mais "bifurcado por debaixo dos panos".
A participação do dólar nos volumes de moedas negociadas está aquém de recordes, em 88%, enquanto a participação do euro encolheu 8 pontos percentuais na última década, para uma mínima recorde de 31%. A participação do iuan, por sua vez, subiu para uma máxima de 7%.
"A desdolarização é evidente nas reservas cambiais, onde a participação (do dólar) caiu para um recorde à medida que a participação nas exportações diminuiu, mas ainda está emergindo nas commodities", disseram os estrategistas.
A avaliação do JPMorgan é a mais destacada de qualquer grande banco norte-americano, embora gestores de ativos de peso, como o Goldman Sachs Asset Management, também tenham manifestado opiniões sobre a tendência.
A nota do JPMorgan desta segunda-feira estimou que, para as exportações globais, a participação dos EUA caiu para uma mínima de 9%, enquanto a China atingiu uma máxima de 13%.
Também nas reservas cambiais globais de bancos centrais, a participação do dólar caiu para uma mínima de 58%, embora um nível que ainda seja de longe o maior globalmente.
Enquanto isso, o progresso na internacionalização do iuan tem sido limitado, acrescentou o JPMorgan, e é improvável que mude muito devido aos controles de capital da China.
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