JP Morgan retoma recomendação para ações brasileiras

247 - Quase quatro meses após ter adotado uma postura contrária, o banco americano JP Morgan voltou a recomendar as ações brasileiras, sinalizando uma mudança tática no cenário de investimentos. De acordo com um relatório divulgado pelo JP Morgan, os novos fatores globais e regionais vêm favorecendo o país, relata o jornal O Globo.

No fim de novembro, enquanto a crise de desconfiança sobre a política fiscal se intensificava e um ataque especulativo era conduzido, o banco havia rebaixado sua recomendação para “neutro”. Naquela ocasião, o México fora elevado a “compra”, mas conforme explica o relatório: “nossa justificativa é que os fatores que nos levaram a elevar o México já ficaram para trás, e novos fatores agora favorecem o Brasil”.

Entre esses fatores, destaca-se a perspectiva de um fim do ciclo de alta dos juros e a retomada do ritmo de crescimento na China, que pode injetar mais capital em mercados emergentes – o caso brasileiro inclusive. Essa conjuntura, aliada a indicadores positivos, como a recente valorização do real (de R$ 6,20 para R$ 5,70 frente ao dólar) e sinais de desaquecimento da pressão inflacionária, tem colaborado para renovar a confiança dos investidores.

O time de analistas, liderado por Emy Shayo Cherman, enfatiza que a mudança “é tática, não estrutural”, já que o desequilíbrio fiscal ainda persiste. Contudo, o banco enxerga oportunidades em setores estratégicos, como o bancário e o de utilidades públicas – especialmente energia e saneamento –, que, negociadas em média a sete vezes o lucro por ação, são consideradas “barato” pelos especialistas.

Outro ponto positivo apontado é o cenário dos Estados Unidos. Caso o país evite uma recessão, a expectativa é de que os mercados emergentes, incluindo o brasileiro, continuem a atrair investidores.