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    Light, que tem Sicupira e ex-tesoureiro do PSDB no controle, desaba, com rumor de recuperação judicial

    Pivô do escândalo das Americanas e Ronaldo Cezar Coelho são os principais acionistas da empresa de energia privatizada; sócios do 3G também são acionistas da Eletrobras

    Beto Sicupira e Ronaldo Cezar Coelho (Foto: Reprodução/ Google StreetView | Divulgação/Expert/XP | Reprodução/Youtube)
    Guilherme Paladino avatar
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    Infomoney - A ação da Light (LIGT3) tem um novo dia de derrocada, em meio à crise que acomete a companhia de energia. Às 10h45 (horário de Brasília) desta terça-feira (7), os papéis LIGT3 caíam 10,32%, a R$ 2,78, sendo que, apenas neste mês, os papéis caíram cerca de 40%.

    De acordo com informações de Lauro Jardim, do jornal O Globo, a semana será decisiva para a companhia que, com necessidade de financiamento de R$ 3,3 bilhões nos próximos dois anos, “deve dar entrada com um pedido de recuperação judicial muito breve”.

    Desde 2020, Ronaldo Cezar Coelho detém 20% da empresa e Beto Sicupira, um dos controladores da Americanas (AMER3), outros 10%, aponta.

    Já a Light, em esclarecimento ao mercado, afirmou que, conforme já divulgado, a elétrica recentemente contratou a Laplace para assessorá-la na avaliação de estratégias financeiras que viabilizem a melhoria de sua estrutura de capital e de alternativas para tanto. “Portanto, não procede a informação de que a Companhia estaria na iminência de pedir recuperação judicial”, aponta.

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    No fim da semana passada, a Fitch Ratings rebaixou a nota de crédito internacional (IDR) da companhia e de suas subsidiárias integrais Light Sesa e Light Energia em moeda local e estrangeira de “BB-” para “CCC+”, e cortou a nota de crédito nacional de “AA-(bra)” para “CCC(bra).”

    Segundo a agência de classificação de risco, o rebaixamento reflete um risco de crédito substancial para a Light no pagamento pontual de principal e juros de suas obrigações após o anúncio de que havia contratado a Laplace Finanças com o objetivo de melhorar sua estrutura de capital, e a estratégia no mercado de crédito mais restritivo, devido à inadimplência da Americanas.

    “A confluência desses fatores reduz substancialmente a capacidade de o grupo levantar necessidades de financiamento para suportar o seu fluxo de caixa livre (FCF) negativo esperado e a amortização da dívida”, avalia a Fitch.

    Antes desses desenvolvimentos recentes, a Fitch esperava que a Light levantasse até R$ 1,8 bilhão em 2023, por meio da securitização de recebíveis, para atender às suas necessidades de financiamento.

    De acordo com a agência de rating, para evitar uma reestruturação em meio a um cenário desafiador, a Light precisará manter o acesso a financiamentos bancários ou do mercado de capitais. Na ausência de financiamento adicional, a empresa precisará de alguma combinação de venda de ativos, uma oferta subsequente de ações ou mais clareza sobre a renovação da concessão da Light Sesa, principal subsidiária da empresa.

    A Fitch acredita que a contratação da Laplace, que assessora várias empresas que reestruturaram dívidas no Brasil, reduz significativamente a disposição de os credores fornecerem novos financiamentos ao grupo para cobrir suas necessidades de financiamento de 2023 e 2024.

    Além disso, a recente recuperação judicial da Americanas também pode desempenhar um papel na capacidade de o grupo levantar dívidas, já que vários credores sofreram perdas materiais. “O potencial efeito sobre a capacidade de a Light refinanciar dívida devido à incerteza em torno da renovação da concessão da Light Sesa já havia sido uma consideração de crédito importante para a última revisão da Perspectiva do rating para Negativa, de Estável, mas novas emissões de dívida provavelmente se tornarão mais desafiadoras”, complementa.

    Assim, a Fitch reforça estar preocupada com a capacidade de a Light garantir financiamento. A agência estimava que o grupo captaria até R$ 1,8 bilhão em financiamentos em 2023, e, pelo menos, R$ 1,5 bilhão em 2024. Em caso de não renovação da concessão da Light Sesa, a empresa deveria receber uma indenização por dívidas não amortizadas igual à sua base de ativos, atualmente avaliada em R$ 10,1 bilhões, que se compara a uma dívida consolidada no balanço de aproximadamente R$ 13 bilhões e uma posição de caixa de R$ 4,0 bilhões em setembro de 2022. A indenização suportaria a perspectiva de recuperação da dívida, se necessário.

    Na sequência, a Moody’s alterou o rating de ‘Ba3’ para ‘B3’; já a S&P cortou os ratings de crédito de emissor e de emissão da Light SESA de ‘brAA+’ para ‘brA-‘; e o rating de emissor de curto prazo da Light SESA de ‘brA-1+’ para ‘brA-2’.

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