Lindbergh rebate Haddad e diz que PT deve falar mais em crescimento e menos em ajuste fiscal
Deputado critica "política fiscal contracionista" e nega oposição do PT a Haddad: "o que queremos é a consolidação da democracia e o sucesso do governo Lula"
247 - Após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), conceder entrevista ao jornal O Globo fazendo uma cobrança pública ao Partido dos Trabalhadores (PT), buscando o reconhecimento pelos números positivos da economia durante sua gestão, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) rebateu as afirmações do ministro.
Haddad argumentou que, diante dos indicadores favoráveis, é fundamental que o partido reconheça os avanços conquistados. "Nos cards de Natal, o que aparece é assim: ‘A inflação caiu, o emprego subiu. Viva Lula!’ O meu nome não aparece. Haddad é um austericida", disse o ministro. >>> "Tem lógica" a cobrança de Haddad ao PT, diz Helena Chagas
Em postagem no X, antigo Twitter, Lindbergh reconhece os méritos da política econômica - "o governo teve muitos acertos" - do primeiro ano do governo Lula, mas alerta para a desaceleração do cenário interno em 2024, sem uma PEC da Transição - como houve em 2023 - para injetar mais dinheiro na economia e com uma meta de déficit primário zero. "Não vamos ter mais a PEC da transição em 2024. Em 2023, as despesas cresceram 9% e estimularam a economia. Em 2024 vamos ter a meta de déficit primário zero que vai travar o orçamento, congelando as despesas, que na melhor das hipóteses, só vai poder crescer 0,6%. A preocupação é com o crescimento econômico. Há sinais claros de uma desaceleração econômica no início desse ano. (...) Optar por uma 'austeridade fiscal' pode ter impacto forte no crescimento em 2024 com cortes no PAC, orçamento das universidades, institutos federais etc". >>> Haddad apoia antecipar troca do presidente do BC para o primeiro ano de governo
Além disso, o parlamentar também manifestou preocupações com a governabilidade e a popularidade do governo caso suas previsões de desaceleração econômica se confirmem. "O quadro político não é simples, temos uma extrema direita forte, a democracia ainda precisa ser consolidada e temos um Congresso que atua como se já estivéssemos no semipresidencialismo retirando atribuições e boa parte do orçamento do controle do Executivo. Se a economia desacelerar, essa turma vai querer engolir o governo. O que queremos é a consolidação da democracia e o sucesso do governo Lula".
Haddad também propôs um debate interno no PT sobre a sucessão de Lula, e Lindbergh destacou que "para pensarmos em 2026 ou 2030, temos que falar menos de ajuste fiscal e mais de crescimento econômico. Temos que parar de dar tanta atenção aos sábios da Faria Lima e olhar mais para a sabedoria do Lula que governou ampliando investimentos, melhorando a vida do povo pobre com um crescimento médio por ano de 4,1%".
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