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    Mantega diz ao FMI que Brasil apoia Grécia

    Ministro desautoriza representante do Brasil no Fundo, Paulo Nogueira Batista Júnior, que se negava a conceder o empréstimo de emergência aos gregos

    Mantega diz ao FMI que Brasil apoia Grécia
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    BRASÍLIA, 1 Ago (Reuters) - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ligou nesta quinta-feira para diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, para desautorizar o representante brasileiro na entidade, Paulo Nogueira Batista, e afirmar que o Brasil apoia o plano de ajuda à Grécia, informou a assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda.

    Na conversa, Mantega disse a Lagarde que Batista deu o voto sem autorização do governo brasileiro e que mandou chamar o representante imediatamente para pedir explicações.

    Segundo a assessoria do ministério, o FMI ainda não sabe se pode reverter o voto.

    A conversa entre o ministro e a diretora-gerente do FMI evidencia o mal estar causado pelo posicionamento de Batista à revelia do governo brasileiro.

    Na quarta-feira, ele manifestou seu posicionamento contrário da ajuda financeira do FMI à economia grega. Batista criticou a decisão de segunda-feira de o Fundo liberar 1,7 bilhão de dólares para o país e citou haver riscos de não pagamento.

    A abstenção do Brasil feita por Batista em relação à decisão do Fundo em manter o apoio à Grécia foi manifestada em um comunicado público incomum, no qual foi destacada a frustração das economias emergentes com a política do FMI de resgatar países europeus endividados.

    Após a repercussão negativa do comunicado, Batista divulgou, ainda na quarta-feira, uma nota para esclarecer que suas avaliações sobre a decisão do Fundo em relação à Grécia representam uma visão pessoal e não refletem o posicionamento dos 11 países que representa na diretoria executiva que ocupa no FMI.

    A sustentabilidade da dívida grega ainda depende de uma promessa dos demais países da zona do euro de oferecer um maior alívio creditício a Atenas. Essa condição está atrelada a dolorosos cortes orçamentários e a reformas que contribuem para manter a economia do país em recessão.

    (Por Luciana Otoni; Edição de Tiago Pariz)

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