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    "Medíocre", diz Armínio Fraga sobre taxa de crescimento do Brasil

    Ex-presidente do Banco Central avalia que o aumento dos gastos em seguridade social, subsídios e educação, podem elevar de forma coletiva a taxa de crescimento anual do Brasil para 4% ou mais

    Arminio Fraga (Foto: World Economic Forum/Benedikt von Loebell)
    Paulo Emilio avatar
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    Reuters - As perspectivas econômicas do Brasil parecem sombrias a menos que o governo adote reformas estruturais para aumentar a confiança na saúde financeira do país, afirmou o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga na quarta-feira.

    Um déficit fiscal crescente, falta de crescimento inclusivo e sustentável e agitação política, junto com o impacto duradouro da recessão de 2014, pesam sobre a expansão e o investimento, disse Fraga no Reuters Global Markets Forum.

    A taxa de crescimento brasileira é "medíocre...e altamente volátil", disse Fraga, que comandou o BC de 1999 a 2002. "Vai além da pandemia e dos ciclos de curto prazo."

    Desempenhos fracos da indústria e da agropecuária ofuscaram a força de serviços e a economia brasileira registrou leve queda no segundo trimestre deste ano, perdendo força em relação ao início de 2021 e estabilizando-se depois de três trimestres seguidos de crescimento.

    Fraga disse que a pressão sobre o teto de gastos só aumentará se as prioridades não forem alteradas, especialmente em meio a "artifícios contábeis".

    Ele considera uma reforma vital a proposta que altera regras do Imposto de Renda, cujo texto principal foi aprovado pela Câmara dos Deputados na quarta-feira.

    Fraga, sócio-fundador da Gávea Investimentos, acredita que outras reformas, como o aumento dos gastos em seguridade social, subsídios e educação, podem elevar de forma coletiva a taxa de crescimento anual do Brasil para 4% ou mais.

    No momento em que o BC eleva os juros para conter a inflação, Fraga acredita que a situação não está totalmente sob controle.

    Essa é uma dinâmica vista no real, segundo Fraga, que ele acredita estar subvalorizado.

    O Brasil está entre os mercados emergentes que podem sofrer com o início da redução de estímulos pelo Federal Reserve, mas o câmbio flutuante e mercados financeiros saudáveis devem ajudar a aliviar o golpe, disse Fraga.

    "Se os juros reais (de economias avançadas) entrarem em território positivo e as commodities caírem, o Brasil será atingido. Mas isso não deve ser o suficiente para atrapalhar as coisas completamente", completou.

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