Meirelles defende corte de gastos para reduzir juros
Ex-presidente do BC durante governos Lula afirmou que a autoridade do BC depende estritamente de sua independência
247 - O ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, publicou nesta segunda-feira (6) um artigo no Estadão crítico ao que chamou de "pressão" do governo federal sobre o Banco Central.
Ele argumenta que as "incertezas no campo fiscal" e expectativas de que a inflação suba justificam a decisão do Copom de manter a taxa de juros em 13,75% ao ano.
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Segundo Meirelles, a autoridade do BC depende estritamente de sua independência.
"Uma autoridade monetária sem autoridade sobre a política monetária gera danos severos ao país. Um exemplo basta: por anos, o Fed, banco central americano, fez as vontades do presidente Richard Nixon e manteve os juros baixos artificialmente. A inflação americana atingiu patamares inaceitáveis, e foi necessário que outro chairman do Fed, Paul Volker, levasse os juros à casa dos 20% e gerasse uma recessão na década de 1980 para domar a inflação e reequilibrar a economia", cita o articulista.
Ele finaliza argumentando que o caminho para gerar uma redução nos juros é o corte de gastos.
"Os juros não são altos por vontade do Banco Central, mas para controlar a inflação. O caminho para a redução dos juros não passa por desejos ou pressões, mas por trabalho duro. É preciso cortar gastos para interromper a desconfiança em relação à capacidade de pagamento do País e parar de alimentar a inflação. O governo precisa apresentar uma nova regra fiscal objetiva e efetiva. Se o trabalho for bem feito, o resultado é garantido. Implantado na minha gestão no Ministério da Fazenda em 2016, o teto de gastos criou condições para a Selic atingir os níveis mais baixos da história", completa.
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