Mercadante e Nelson Barbosa negam boato do mercado financeiro sobre mudança na Lei das Estatais
Rumores de mudanças na Lei das Estatais também foram citadas por agentes financeiros como um dos motivos para a forte queda do Ibovespa
BRASÍLIA (Reuters) - O coordenador técnico da transição de governo, Aloizio Mercadante, afirmou nesta segunda-feira desconhecer "qualquer iniciativa" por parte do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva de alterar a Lei das Estatais.
Questionado por repórteres, Mercadante também se recusou a responder se será indicado para comandar algum ministério ou estatal no próximo governo, que tomará posse em 1º de janeiro.
De acordo com uma fonte da transição, o ex-ministro está cotado para assumir o comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas o anúncio só aconteceria depois da indicação do Ministro de Indústria e Comércio.
Nesta segunda, o dólar fechou em alta de 1,26% frente ao real e o Ibovespa registrava queda superior a 2% após notícias colocarem Mercadante como possível nome para assumir o BNDES ou a Petrobras.
Segundo participantes do mercado, uma nomeação de Mercadante sinalizaria uma política econômica mais desenvolvimentista do governo eleito, com possível expansão do gasto público para impulsionar o crescimento econômico.
Aliado a isso, rumores de mudanças na Lei das Estatais também foram citadas por agentes financeiros como um dos motivos para a forte queda do Ibovespa.
O ex-ministro Nelson Barbosa, um dos coordenadores do núcleo de Economia da transição de governo, afirmou que seu grupo não chegou a discutir o tema da Lei das Estatais.
Barbosa ainda afirmou que Mercadante faria um ótimo trabalho em qualquer cargo no governo.
"O mercado reage mal a qualquer nome do PT. O PT ganhou a eleição. O Mercadante, assim como eu disse sobre o Haddad na semana passada, é um dos principais quadros políticos do PT e do Brasil", disse, sem mencionar se uma nomeação do colega poderia sair.
Para Barbosa, "essas flutuações de mercado acontecem", mas o ruído será eliminado à medida em que o governo passe a apresentar seus projetos.
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