Ministério da Agricultura defende rastreabilidade individual de bovinos ainda este ano
Medida é fundamental para ampliar a competitividade das exportações brasileiras de proteína animal – e o ideal é que a adoção seja compulsória
247 – O Ministério da Agricultura pretende implementar um sistema nacional de rastreabilidade individual bovina para fins de controle sanitário do rebanho ainda em 2024. A expectativa é alcançar de 30% a 50% dos animais rastreados até 2026, quando o país espera ser reconhecido como livre de aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
A iniciativa visa atender demandas de grandes importadores, como China e Rússia, e se antecipar a possíveis imposições no âmbito sanitário, como a lei que visa combater o desmatamento da União Europeia. A proposta prevê a adesão obrigatória dos pecuaristas, o que seria a solução ideal, mas o tema ainda está em aberto, em razão da resistência de certos setores do agronegócio.
O projeto do ministério prevê a rastreabilidade individual a partir da primeira movimentação do bovino até o abate nos frigoríficos, de acordo com reportagem da revista Globo Rural. Uma proposta já apresentada ao setor divide o país em blocos de Estados para iniciar a identificação.
Atualmente, o Brasil possui o Sisbov, sistema de rastreabilidade individual criado em 2002 para atender exigências da União Europeia. O sistema é utilizado para exportações para a UE, com adesão voluntária, e abrange mais de 1,2 mil fazendas e 4,8 milhões de animais rastreados em 2023.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defende a adesão voluntária e prazo de oito anos para transição e implementação gradual da rastreabilidade. A entidade argumenta que a obrigatoriedade pode minar a possibilidade de pagamento de prêmios pela indústria aos pecuaristas e gerar custos com brincos de identificação e adaptações nas fazendas.
A rastreabilidade é vista como um diferencial de outros grandes exportadores, como Uruguai, Austrália e Estados Unidos, e uma ferramenta de negociação e promoção comercial. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) defende o rastreio obrigatório, mas concorda com o aprofundamento dos debates sobre incentivos.
Benefícios para o Brasil – Líder na produção e exportação de carne bovina, o Brasil reconhece a importância de se adequar às crescentes demandas por um sistema de rastreabilidade individual dos animais. A medida, prevista para ser implementada ainda em 2024, representa um passo fundamental para garantir a competitividade do país no mercado internacional.
A rastreabilidade individual oferece diversos benefícios, desde a melhoria da qualidade do produto final, proporcionando maior segurança alimentar aos consumidores, até a abertura de novas oportunidades comerciais. Países importadores, como China e Rússia, exigem cada vez mais medidas que assegurem a origem e a sanidade dos produtos que compram.
Ao implementar um sistema eficiente de rastreabilidade, o Brasil fortalecerá sua imagem como fornecedor confiável de carne bovina, reforçando a confiança dos compradores internacionais e ampliando as oportunidades de exportação.
Além disso, a rastreabilidade individual representa uma modernização do setor pecuário brasileiro, impulsionando a adoção de tecnologias inovadoras e elevando a competitividade das empresas em um mercado cada vez mais exigente. Segundo especialistas, a medida é crucial para o futuro da pecuária brasileira, garantindo a sustentabilidade da produção e posicionando o país como líder em práticas responsáveis. A rastreabilidade permite um melhor controle do rebanho, facilita o monitoramento de doenças e contribui para a preservação do meio ambiente, evitando a pecuária em áreas provenientes do desmatamento.
Em resumo, a implementação da rastreabilidade individual de bovinos é um passo essencial para o Brasil se manter competitivo no mercado internacional de carne, fortalecer sua imagem como fornecedor confiável e construir um futuro sustentável para a pecuária nacional.
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