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    No final do governo Bolsonaro, Petrobrás vai distribuir R$ 43,7 bilhões em dividendos a acionistas

    A Federação Única dos Petroleiros e a Anapetro, que representa os petroleiros acionistas minoritários da Petrobras, afirmaram que irão à Justiça questionar o megadividendo

    Fachada da Petrobras e Bolsonaro (Foto: Reuters)
    Guilherme Paladino avatar
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    RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Conselho de Administração da Petrobras aprovou nesta quinta-feira o pagamento de dividendos de 3,3489 reais por ação preferencial e ordinária em circulação, ou o equivalente a 43,68 bilhões de reais, conforme cálculo da Reuters.

    Os dividendos serão pagos em duas parcelas iguais em 20 de dezembro e 19 janeiro de 2023, informou a petroleira em fato relevante ao mercado.

    A Petrobras pontuou que o valor proposto está alinhado com a atual política de remuneração aos acionistas da empresa e que é compatível com a sustentabilidade financeira da petroleira no curto, médio e longo prazo.

    A empresa disse ainda que o dividendo também está em linha com o seu compromisso de geração de valor para a sociedade e para os acionistas. A União, como acionista majoritária, deve receber a maior parte.

    Mais cedo nesta quinta-feira, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Anapetro, que representa os petroleiros acionistas minoritários da Petrobras, afirmaram que iriam à Justiça questionar o que eles chamaram de "megadividendo", caso ele fosse aprovado, argumentando que isso reduz a capacidade de investimento da companhia.

    A federação afirmou ainda que os dividendos totais do ano devem chegar perto de 180 bilhões de reais, enquanto os investimentos realizados pela estatal em 2022, até junho, somaram "apenas" 17 bilhões de reais.

    Ao informar sobre o valor aprovado, a Petrobras destacou que no Plano Estratégico 2022-26 os projetos de investimentos solicitados pelas áreas de negócio foram atendidos por apresentar boa resiliência e por serem suportados pela geração de caixa operacional e o fluxo de desinvestimentos, sem efeitos adversos na alavancagem.

    Dessa forma, a empresa pontuou que "não existem investimentos represados por restrição financeira ou orçamentária e a decisão de uso dos recursos excedentes para remunerar os acionistas se apresenta como a de maior eficiência para otimização da alocação do caixa".

    A atual política de remuneração aos acionistas da Petrobras prevê que, em caso de endividamento bruto inferior a 65 bilhões de dólares, a companhia poderá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos).

    Além disso, a política também prevê a possibilidade de pagamento de dividendos extraordinários, desde que sua sustentabilidade financeira seja preservada.

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