OSP: privatizada, Refinaria da Amazônia vende o gás de cozinha mais caro do Brasil
"O gás de cozinha é um dos maiores problemas na economia brasileira hoje", lembrou o economista Eric Gil Dantas, do Observatório Social do Petróleo
247 - A Refinaria da Amazônia (Ream), antiga Isaac Sabbá (Reman), já detém o recorde do gás de cozinha mais caro do país, informa o Observatório Social do Petróleo (OSP), organização ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
O botijão do gás de cozinha vendido pela Ream, que fornece o produto ao Amazonas, Pará, Amapá, Rondônia, Acre e Roraima, é 37,1% superior ao das refinarias da Petrobrás e está 14% acima do cobrado por Mataripe, antiga Landulpho Alves (Rlam), na Bahia.
Segundo levantamento do OSP, antes da privatização, a refinaria amazonense vendia o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) 0,8%, em média, mais barato do que as outras refinarias estatais. Desde que passou para as mãos da iniciativa privada, em dezembro de 2022, a Ream cobra, em média, 29,5% a mais do que as refinarias da Petrobrás e 10,4% mais caro do que a refinaria baiana, que opera sob gestão privada da Acelen desde dezembro de 2021.
"O gás de cozinha é um dos maiores problemas na economia brasileira hoje. Estamos em uma tendência de queda no consumo de GLP, por conta dos preços altíssimos do botijão. Desde 2021 as famílias vêm substituindo gás de cozinha por lenha em todo o país. Com a privatização da Reman e a decorrente explosão do preço do GLP na região, esse problema se acentuará. Desde que foi privatizada, o preço da refinaria subiu 16%. Com certeza já veremos o reflexo disso nos dados de consumo de GLP em janeiro para a região", afirma Eric Gil Dantas, economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps).
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