Petrobrás contraria governo e FUP e decide não revisar desinvestimentos em fase de assinatura
Decisão foi tomada pelo conselho de administração integrado por nomes indicados pelo governo Jair Bolsonaro
247 - O atual conselho de administração (CA) da Petrobrás, ainda formado por nomes indicados no governo Jair Bolsonaro, decidiu nesta quarta-feira (29) que a estatal não deverá revisar vendas de ativos já em fase de assinatura e fechamento de contratos, informou a petroleira em fato relevante.
A decisão frustra novo ofício do ministério de Minas e Energia que pedia que a empresa, com uma nova diretoria a partir desta quarta-feira, reavaliasse vendas de ativos, incluindo desinvestimentos já assinados.
Também vai contra os protestos dos trabalhadores afiliados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), que se mobilizaram em greve contra a venda dos ativos da companhia. Os petroleiros pediram na terça-feira (28) que o CA suspendesse todos os processos de desinvestimento em andamento, inclusive ativos que já tiveram pré-contrato assinado: Polo Norte Capixaba, Polos Golfinho e Camarupim (ES), Polos Pescada e Potiguar (RN) e Lubnor (CE).
O atual conselho ainda é formado por indicados do governo de Jair Bolsonaro, exceto pela presença de Jean Paul Prates, que tomou posse em janeiro indicado por Luiz Inácio Lula da Silva como novo CEO e membro do colegiado. A renovação do conselho é esperada para o fim de abril.
O conselho da Petrobrás pontuou ainda nesta quarta-feira que o tema de revisão de processos de investimentos e desinvestimentos deve ser considerado dentro de plano estratégico, mas poderá avaliar a matéria caso a nova diretoria decida sobre o assunto, explicou a empresa.
"Vale notar que esta revisão não deverá incluir os desinvestimentos já em fase de assinatura e fechamento de contratos de forma a cumprir plenamente os direitos e as obrigações já assumidas pela companhia, com calendários e datas inclusive já definidas para ocorrer ao longo dos quatro trimestres de 2023, e, desta forma, não causar qualquer dano as partes envolvidas nas negociações, em especial a Petrobras", afirmou a empresa.
O governo Lula é crítico da estratégia adotada pela Petrobrás após o golpe de 2016, de vender bilhões de dólares em ativos estratégicos, e desde a campanha eleitoral tem prometido mudar o rumo da empresa. (Com Reuters).
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