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Petrobras retoma investimentos na África com foco em novas reservas de petróleo

Petroleira adquire fatia em bloco exploratório na bacia de Orange e mira expansão internacional após desinvestimentos em operações externas

(Foto: Fernando Frazão/Ag.Brasil)

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247 - A Petrobras anunciou seu segundo investimento no continente africano nesta terça-feira (1), em uma estratégia que busca diversificar a exploração de novas reservas de petróleo, seis anos após ter vendido sua subsidiária que operava na região. A iniciativa, de acordo com a Folha de S. Paulo, faz parte do plano de expansão da empresa, que adquiriu uma participação de 10% em um bloco exploratório na bacia de Orange, operado pela TotalEnergies.

A área entrou no radar de grandes petroleiras após recentes descobertas feitas pela TotalEnergies, pela inglesa Shell e pela portuguesa Galp. O bloco, chamado DWOB (Deep Western Orange Basin), está localizado em águas profundas, um foco estratégico da Petrobras para o futuro de suas operações de exploração e produção.

Essa nova aquisição acontece após outro movimento da estatal no final de 2023, quando anunciou a compra de participações em três blocos exploratórios operados pela Shell em São Tomé e Príncipe, região também conhecida por novas descobertas de petróleo.

Segundo a empresa, "a operação está alinhada com a estratégia de longo prazo da companhia, que visa a recomposição das reservas de petróleo e gás por meio de exploração de novas fronteiras, tanto no Brasil quanto no exterior, e atuação em parceria".

O retorno ao continente africano marca uma mudança estratégica significativa para a Petrobras após o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sob o governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL), a estatal se desfez de grande parte de suas operações internacionais. Um exemplo foi a venda de 50% de participação na PO&GBV, uma parceria com o banco BTG, que operava na Nigéria, além de outros países como Angola, Benin, Gabão e Namíbia.

Embora o foco da empresa continue sendo o desenvolvimento das reservas do pré-sal, a Petrobras busca explorar novas áreas internacionais como forma de evitar o declínio da produção a partir da próxima década. Entre as apostas, estão as bacias da margem equatorial brasileira e a bacia de Pelotas, no Rio Grande do Sul.

Além disso, a Petrobras avalia a possibilidade de atuar também na Namíbia, que nos últimos anos tem sido alvo de importantes descobertas no setor de petróleo. A empresa está confiante na obtenção de licenças ambientais para a perfuração de poços no Brasil, particularmente no Amapá, o que abriria uma nova fronteira de exploração, apesar das preocupações de ambientalistas.

O movimento de retorno à África é visto como estratégico por causa das semelhanças geológicas entre a costa africana e as principais bacias brasileiras, tornando os ativos africanos uma opção promissora para a estatal. "É sabido que Brasil e África estiveram juntos. Então a gente sabe que a geologia se espelha uma na outra", afirmou Sylvia dos Anjos, diretora de Exploração e Produção da Petrobras. "Se formos para algum lugar fora do Brasil, a África é um bom lugar."

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