Pochmann alerta para transformação estrutural no mundo do trabalho na América Latina
Presidente do IBGE aponta tendência de envelhecimento acelerado das populações latino-americanas, com impacto no mercado de trabalho
247 – No cenário dinâmico do século 21, os países latino-americanos e caribenhos enfrentam uma série de transformações demográficas sem precedentes. O presidente do IBGE, Marcio Pochmann, recentemente trouxe à tona preocupações sobre a acelerada transição demográfica na região, destacando os impactos substanciais que essa mudança estrutural está impondo ao mercado de trabalho.
O alerta de Pochmann se baseia em dados do estudo "A dinâmica demográfica da América Latina e seu impacto na força de trabalho", desenvolvido pelo Observatório Demográfico América Latina e Caribe da Cepal. O documento revela que a convergência da queda tanto na mortalidade quanto na fertilidade tem acelerado a transição demográfica de maneira mais intensa na região do que em outras partes do mundo.
Um dos aspectos mais notáveis dessas mudanças é a transformação na estrutura populacional, com um envelhecimento significativo da população e uma redução na participação dos segmentos mais jovens. Essa modificação tem implicações profundas na dinâmica da força de trabalho, levando à formação de cenários presentes e futuros radicalmente diferentes em termos de faixas etárias, sexo e cor/raça.
A urbanização, moradia, e a alteração do número de residentes por domicílio são também pontos críticos que afetam as bases do planejamento governamental e o futuro desenvolvimento das nações latino-americanas.
A expectativa de vida ao nascer está em ascensão, assim como a crescente participação das mulheres no mercado de trabalho, ambas correlacionadas com o progresso tecnológico e as novas formas de trabalho impulsionadas pela era digital. No entanto, essas mudanças não ocorrem isoladamente, e Pochmann destaca a necessidade de considerar o impacto na atividade econômica da população economicamente ativa.
Os sinais iniciais indicam consideráveis impactos tanto na transição demográfica dentro da força de trabalho quanto nas taxas de participação por sexo, faixas etárias e raça/cor. Pochmann projeta uma transformação estrutural substancial, especialmente quando se considera que, entre 2000 e 2010, a força de trabalho da América Latina e Caribe cresceu em média 5,6 milhões de pessoas por ano, enquanto na década de 2010-2022, a expansão média anual foi de 4,5 milhões de pessoas.
No contexto brasileiro, Pochmann destaca mudanças ainda mais profundas e aceleradas, reforçando a necessidade de uma abordagem estratégica por parte das autoridades para lidar com os desafios decorrentes dessa transformação estrutural no mundo do trabalho na América Latina. Confira seu post:
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