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    Política de preços da Petrobrás completa 5 anos, acumulando alta real nos combustíveis

    Nos postos de revenda, aumento acima da inflação foi de 38,8% na gasolina, de 34,1% no diesel e de 46,9% no gás de cozinha

    (Foto: Fotos Públicas)
    Juca Simonard avatar
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    FUP/CUT - Implementada em outubro de 2016 pelo então presidente Michel Temer, e mantida pelo governo de Jair Bolsonaro, a política de preço de paridade de importação (PPI) faz cinco anos acumulando alta dos combustíveis muito acima da inflação, em todas e quaisquer comparações, desde a sua implantação.

    No dia do aniversário do PPI, neste 25 de outubro, a empresa fez mais um anúncio de aumento nos preços da gasolina e do diesel. Com isso, somente neste ano, já são, nas refinarias, 12 aumentos na gasolina, 13 no diesel e oito no GLP. A disparada no preço dos combustíveis é um dos fatores que mais pesam na inflação, que já passou de 10,2% nos últimos 12 meses.

    Nos últimos cinco anos – de outubro de 2016 a outubro de 2021 - as altas, nas refinarias, foram de 107,7% para a gasolina, de 92,1%, para o diesel, e de impressionantes 287,9% para o gás de cozinha. Neste mesmo período, a inflação foi de 25,4%, medida pelo IPCA/IBGE. Enquanto isso, o salário-mínimo não teve ganho real. Ao contrário, variou 25%, abaixo da inflação.

    O mesmo comportamento é verificado nos preços nos postos de revenda: Na gasolina, a alta acumulada em cinco anos é de 74,1%; no diesel, de 68,2%; e no gás de cozinha, de 84,2%.

    Isso significa que em outubro de 2016, com valores corrigidos pela inflação (IPCA/IBGE), o botijão de 13kg de gás de cozinha custava, em média, R$ 69,21 no Brasil. O litro da gasolina era vendido a R$ 4,58 e o do diesel, a R$ 3,76. Na semana passada, a média de revenda do botijão foi para R$ 101,96 (subiu 47% em cinco anos), o litro da gasolina alcançou R$ 6,36 (alta de 39%) e o do diesel R$ 4,98 (alta de 32%).

    Os dados foram elaborados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/subseção FUP), com base nas estatísticas oficiais da Petrobrás (refinarias) e da Agência Nacional de Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural (postos).

    “Embora com frequência menor, os reajustes estão mais intensos com Bolsonaro do que com Temer, por conta das variações mais acentuadas do preço do barril e do câmbio”, explica o economista do Dieese/FUP Cloviomar Cararine.

    Num recorte de janeiro de 2019 a outubro de 2021, ou seja, período Bolsonaro, observa-se a mesma trajetória de aumentos reais nos preços dos combustíveis: Nas refinarias, as altas foram de 106,6% na gasolina, de 81,4% no diesel, e de 100,5% no gás de cozinha. Nos postos de revenda, a situação se repete: alta de 46,4% na gasolina; de 46,3%, no diesel; e de 47,3%, no gás de cozinha. Nesse período, a inflação foi de 16,5% e o salário-mínimo variou apenas 10,2%, perdendo ainda mais seu poder de compra.

    “Embora autossuficiente na produção de petróleo, o Brasil está refém do equivocado PPI, que calcula os preços dos combustíveis com base no mercado internacional do petróleo, na variação do dólar e dos custos de importação”, destaca o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.

    Também nos dez primeiros meses deste ano, os aumentos nos combustíveis superam de longe a inflação, de 6,9%. Nas refinarias, as altas foram de 67,2% na gasolina; de 64,7%, no diesel; e de 48%, no gás de cozinha. Nos postos, os aumentos são de, respectivamente, 41,5%, 39,1% e de 35,8%.

    “Esses reajustes que a gestão da Petrobrás, com o aval de Bolsonaro, vem aplicando no gás de cozinha, no diesel e na gasolina podem ser evitados. Basta a empresa parar de usar somente a cotação do petróleo e do dólar e os custos de importação e considerar também os custos nacionais de produção. Afinal, a empresa utiliza majoritariamente petróleo nacional que ela mesma produz”, ressalta Bacelar.

    Para ele, o PPI tem função de garantir lucro recorde da Petrobrás e perdas para a população, sobretudo para os mais pobres”, afirma o dirigente da FUP, referindo-se ao lucro líquido recorde da empresa, de R$ 42,85 bilhões, no segundo trimestre deste ano, e a antecipação de R$ 31,6 bilhões em dividendos para seus acionistas.

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