Presidente do Banco Central vai ao Senado explicar taxa de juros e governo prepara ofensiva
O governo Lula passará a pressionar mais o Congresso para que fiscalize o Banco Central de acordo com os critérios que determina a lei que garante sua autonomia
247 - Ministro das Relações Institucionais do governo Lula (PT), Alexandre Padilha (PT) afirmou nesta quarta-feira (29) que, segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comparecerá a uma reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa para explicar o patamar da taxa de juros brasileira, atualmente em 13,75% ao ano.
Padilha também contou que, ainda segundo Pacheco, o Senado prepara a realização de um seminário para ampliar o debate sobre a taxa Selic, o que deve ocorrer após o feriado de Páscoa. O seminário, de acordo com o ministro, terá a participação de “empresários, governo - ministra Tebet, ministro Fernando Haddad - do presidente do BC e de especialistas”.
“Tem um sentimento de lideranças políticas, de empresários, de economistas, de que o Brasil vive uma taxa de juros que é desproporcional quando a gente compara com outros países”, afirmou.
Padilha também relatou que o governo vai pressionar mais o Congresso Nacional a fiscalizar o Banco Central e seus objetivos definidos por lei: fomento ao pleno emprego, suavizar as flutuações de atividade econômica, garantia da estabilidade econômica e a efetividade do sistema financeiro.
“O Congresso tem o papel ativo no acompanhamento da lei que o próprio Congresso aprovou e que garante a autonomia do BC. Que o Congresso tenha uma postura cada vez mais ativa de acompanhar se esses objetivos estão sendo cumpridos ou não. Acho que esse vai ser o centro do debate, na minha opinião. Estamos orientando os líderes de governo, discutindo também com os líderes de oposição que o centro do debate do seminário no plenário do Senado seja exatamente esse: estão sendo cumpridos ou não esses objetivos que estão na lei que garante a autonomia do Banco Central?”.
Lula e seus aliados têm sido fortes críticos à atual taxa de juros estabelecida pelo Banco Central, que trava a retomada do crescimento econômico brasileiro e só favorece o mercado financeiro e rentistas.
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