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    Relator do Orçamento diz que "não há espaço" para Bolsa Família de R$ 600 e que alteração no IR é assunto "muito complexo"

    Senador Marcelo Castro afirma que o Orçamento enviado por Bolsonaro ao Congresso "veio com furos, deficiências": "é o mais restritivo da história"

    Marcelo Castro (Foto: Pedro França/Agência Senado)

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    247 - Relator-geral do Orçamento, o senador Marcelo Castro (MDB-PI) teve sua primeira reunião nesta quinta-feira (3) com a equipe de transição do governo Lula (PT). Antes da conversa, ele concedeu entrevista coletiva, na qual afirmou que a proposta orçamentária enviada pela gestão Jair Bolsonaro (PL) para o próximo ano é "deficitária".

    "Todos nós sabemos que este é o orçamento mais restritivo da história. O orçamento veio com alguns furos, algumas deficiências, como por exemplo, a não correção da merenda escolar, não tem recursos para a farmácia popular, foram cortados recursos, por exemplo, da saúde indígena, dos imunobiológicos, das vacinas. É um orçamento que já é deficitário por si próprio", declarou.

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    O parlamentar afirmou que o orçamento atual não comporta as promessas de campanha de Lula, como aumento do salário mínimo acima da inflação e a manutenção do Bolsa Família (hoje Auxílio Brasil) em R$ 600. "Só no Bolsa Família teríamos um acréscimo de aproximadamente R$ 70 bilhões. Não há espaço orçamentário. Nós não maquiamos números, não fantasiamos com números".

    Durante a campanha, Lula prometeu isentar do Imposto de Renda aqueles que ganham até R$ 5 mil. Castro classificou a alteração como um assunto "muito complexo".  “Se ficar isento até [quem ganha] R$ 5 mil, todas as alíquotas desaparecem e só vai sobreviver a de 27,5%. Quem ganhar R$ 5.001 vai pagar um absurdo maior do que vinha pagando. É um assunto muito complexo”. Para o senador, o tema exigirá negociaçãoampla negociação.

    Castro afirmou que cabe ao novo governo apontar de onde sairão os recursos para atender às demandas. "Da nossa parte eles vão encontrar toda boa vontade, como de resto do Congresso Nacional, mas é preciso registrar as propostas, como é que estão pensando em fazer o atendimento de todas as demandas: se formos colocar a isenção do imposto de renda até 5 mil reais, o aumento real do salário mínimo como foi proposto, tudo isso daí você vai acrescentar e não tem espaço orçamentário. Nós precisamos que eles digam de onde tirar a fonte".

    O senador lembrou que o prazo é curto, porque é preciso aprovar o orçamento até 17 de dezembro contemplando as modificações.

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