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    Silveira reconhece conflito com Jean Paul Prates e diz que a questão "não é pessoal"

    "Os papéis são diferentes. Por isso há um conflito", disse o ministro das Minas e Energia

    Alexandre Silveira | Jean Paul Prates (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil | Paulo Pinto/Agência Brasil)

    247 - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, admitiu a existência de um conflito entre ele e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, motivado pelos “papéis diferentes” que ambos exercem, mas ressaltou que as diferenças são salutares e não pessoais."Sempre tive debates acalorados, verdadeiros. Mas debates transparentes sobre o que eu, como governo, defendo na Petrobras; e o presidente da Petrobras, naturalmente, [defende] como presidente de uma empresa. Os papéis são diferentes. Por isso há um conflito”, disse Silveira em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

    Um dos desentendimentos mais recentes foi quanto à destinação dos dividendos extraordinários pagos pela Petrobras aos acionistas. Enquanto Prates defendia distribuir 50% dos recursos extraordinários,Silveira e o conselho discordavam do posicionamento do presidente da estatal por avaliarem que os recursos deveriam ser utilizados estatal para investimentos , como em energia limpa.

    “Não houve uma discussão específica sobre os dividendos da Petrobras, sendo muito transparente. Houve uma discussão natural sobre a melhor destinação dos dividendos extraordinários. Sempre lembrando que nós definimos e publicizamos que a Petrobras distribuiria, como fez, 45% de dividendos ordinários. 20% a mais do que determina o piso da Lei das Estatais”, disse o ministro.

    “Os extraordinários [dividendos], quando perguntado ao conselho, ele entendeu e nos convenceu de que o mais prudente naquele momento era primeiro ter acesso ao plano aprovado de investimento da Petrobras, para que ele tivesse seguro para distribuir os demais dividendos. Por isso ele destinou aqueles dividendos a uma conta que pode ser exclusivamente utilizada para distribuição de dividendos no momento oportuno. Foi um barulho. Foi você sentar em cima de um pacote de biscoito de polvilho. Você fez barulho e depois comeu o farelo, que é gostoso para caramba, até mais gostoso do que comer o biscoito”, completou.

    Ainda segundo Silveira, “ a diretoria da Petrobras tem que ser uma figura sempre muito reverenciada e respeitada por todos nós. Faço isso com o presidente da Petrobras, que foi meu colega senador. Só que aprendi outra coisa com o [ex-vice-presidente da República] José Alencar. O dia em que você abre mão por um segundo da sua autoridade você nunca mais recupera. Então, a autoridade que me é delegada —e autoridade não é arrogância— eu não transigirei em executar.”

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