WEG ultrapassa Vale e se torna a terceira empresa mais valiosa da Bolsa brasileira
Petrobras e Itaú ocupam a primeira e segunda posição, respectivamente, no Ibovespa
Infomoney - A WEG (WEGE3) alcançou um marco histórico, ultrapassou a Vale (VALE3) e consolidou-se como a terceira maior empresa de capital aberto em valor de mercado da Bolsa de Valores do Brasil. Com um valor de mercado de R$ 223,4 bilhões, a fabricante de equipamentos elétricos e industriais superou os R$ 219,9 bilhões da gigante mineradora.
Essa mudança, segundo análise de Einar Rivero, consultor de dados financeiros de mercado da Elos Ayta, sinaliza uma dinâmica de mercado que favorece empresas com modelos de negócios diversificados e presença global.
Desde dezembro de 2024, a WEG já vinha disputando a posição com a Vale. Durante seis pregões daquele mês, a fabricante catarinense havia assumido a dianteira, marcando um momento simbólico. Em janeiro de 2025, essa liderança se consolidou, reforçando a relevância da WEG no cenário corporativo brasileiro. Na manhã desta terça-feira (14), a Vale despontava alta de 1,13%, a R$ 52,10. No mesmo horário, as ações da WEG caíam 0,43%, a R$ 53,02.
Atualmente, a Petrobras (PETR4) lidera o ranking com um valor de mercado de R$ 506,7 bilhões, seguida pelo Itaú Unibanco (ITUB4), avaliado em R$ 284,5 bilhões. A WEG, agora em terceiro lugar, mostra que sua estratégia de diversificação e inovação é capaz de enfrentar os altos e baixos do mercado.
O desempenho das ações das duas empresas em 2024 é um dos fatores que explica essa mudança de olhar do mercado. Enquanto a Vale enfrentou uma queda de 22,8% no valor de suas ações, impactada pela retração no mercado de commodities e pela desaceleração econômica global, a WEG registrou uma alta de 45,53%, impulsionada por sua atuação em mercados internacionais e pela expansão em setores como automação industrial e energia renovável.
Em 2025, o movimento não deu trégua. Nos primeiros pregões do ano, as ações da WEG subiram 0,91%, enquanto as da Vale caíram 5,57%. “A WEG se destaca por sua gestão financeira sólida e sua postura conservadora, que lhe conferem estabilidade e confiança no longo prazo”, diz Rivero.
A estratégia e o problema - A WEG se destaca por sua habilidade em diversificar operações e mercados, conforme a consultoria Elos Ayta. Cerca de 60% de sua receita vem do exterior, o que lhe proporciona uma exposição favorável ao dólar. Com custos de produção em reais e receitas majoritariamente em moeda estrangeira, a empresa consegue aproveitar movimentos cambiais para fortalecer suas margens.
Outro ponto forte é sua presença em setores estratégicos, como energia renovável, equipamentos para mobilidade elétrica e soluções para data centers. A transição energética global e o avanço da inteligência artificial têm impulsionado a demanda por seus produtos, garantindo um fluxo contínuo de oportunidades.
Por outro lado, a Vale tem enfrentado ventos contrários. A queda de 15% nos preços do minério de ferro em 2024 refletiu uma combinação de fatores, como a demanda fraca na China, estoques elevados e margens apertadas das siderúrgicas. Em janeiro de 2025, os preços do minério continuam em queda, ampliando os entraves para a mineradora.
Embora a empresa continue sendo um dos principais nomes do setor global, os analistas têm mostrado cautela. Relatórios recentes indicam que as ações da Vale estão subvalorizadas em relação à média histórica, mas a incerteza no mercado chinês e os baixos preços do minério limitam perspectivas de recuperação no curto prazo.
Mas apesar das dificuldades, a Vale segue atraente para investidores que buscam rendimentos por meio de dividendos. Bancos como Citi e BTG Pactual dizem que, mesmo com a queda nas ações, a mineradora oferece retornos que compensam o investimento. Contudo, a visão geral do mercado permanece dividida, com algumas casas recomendando compra e outras adotando posições neutras.
Integração e margens na WEG - Para a WEG, um dos desafios em 2025 será a integração completa das operações adquiridas da Regal. Segundo a Genial Investimentos, essa consolidação pode pressionar as margens no curto prazo, mas a expectativa é de recuperação nos próximos anos. A meta é alinhar essas operações aos níveis históricos de rentabilidade da WEG, que giram em torno de 18,5% de margem Ebitda, que lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização.
A empresa também aposta em suas exportações, que apresentaram crescimento de 18% na base anual em 2024, especialmente na linha de motores industriais e automação. A aceleração no segmento de geração, transmissão e distribuição de energia também indica que a demanda segue sólida, com perspectivas de avanço em mercados como Estados Unidos e Europa.
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