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    Ceará recebe Indicação Geográfica para mel de aroeira dos Inhamuns

    Reconhecimento fortalece a reputação do produto, amplia mercados e valoriza pequenos apicultores do semiárido nordestino, segundo o Sebrae

    (Foto: Reprodução/Sebrae )
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    247 - O mel de aroeira produzido na região dos Inhamuns, no Ceará, recebeu o reconhecimento de Indicação Geográfica (IG) na modalidade Indicação de Procedência (IP). O registro, concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) nesta terça-feira (11), abrange os municípios de Aiuba, Arneiroz, Parambu, Quiterianópolis e Tauá. Com isso, o Brasil passa a contar com 130 IGs reconhecidas, das quais 101 são Indicações de Procedência e 29, Denominações de Origem. Além dessas, há outras dez estrangeiras registradas no país. As informações são da Agência Sebrae de Notícias. 

    A região dos Inhamuns tem uma longa tradição na produção de mel e se destaca pelo protagonismo dos pequenos apicultores, que garantem a qualidade do produto. Hulda Giesbrecht, coordenadora de Tecnologias Portadoras de Futuro do Sebrae, ressalta a importância da certificação. “São pequenos apicultores do semiárido nordestino que garantem um protagonismo na proteção desse patrimônio e na garantia da qualidade do produto, com potencial de maior agregação de valor para a sua comercialização”, afirma. Ela lembra que a região também possui uma Indicação Geográfica para o algodão colhido no território.

    O mel de aroeira dos Inhamuns já é reconhecido nacional e internacionalmente, com exportações para Suécia, Alemanha e França. A nova certificação deve fortalecer ainda mais sua reputação e abrir novos mercados, beneficiando os produtores locais. O Sebrae/CE desempenhou um papel fundamental no processo, atuando desde 2020 na identificação de culturas e produtos com potencial para obter o selo de IG e apoiando os produtores no processo de certificação junto ao INPI.

    O diferencial do mel de aroeira dos Inhamuns está em seu modo de produção. Ele é colhido no período de estiagem, quando a escassez de flores faz com que as abelhas busquem a florada da aroeira, que permanece disponível mesmo nas condições adversas do semiárido. Isso resulta em um mel monofloral mais puro, com maior consistência, coloração âmbar escura e elevados níveis de compostos fenólicos. Além disso, o mel de aroeira tem a particularidade de não cristalizar, o que o diferencia no mercado.

    A história da apicultura na região remonta à década de 1980, embora haja relatos de produção muito antes desse período, quando o mel era utilizado como principal adoçante pelos sertanejos. A partir de 2001, a criação de abelhas africanizadas foi estabelecida como atividade econômica fundamental para os apicultores locais, consolidando a importância do setor na região.

    As Indicações Geográficas (IG) são instrumentos que valorizam produtos tradicionais associados a territórios específicos, garantindo um padrão de qualidade e autenticidade. Além de agregar valor econômico, o reconhecimento por IG protege os produtores e suas práticas culturais, fortalecendo a identidade e a competitividade do produto no mercado nacional e internacional.

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