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Comércio de São Paulo se adapta e aposta na Páscoa para aumentar vendas

Apesar do cenário econômico desafiador, 41 milhões de consumidores devem ir às compras, com foco em chocolates e presentes para os filhos

Comércio de São Paulo se adapta e aposta na Páscoa para aumentar vendas (Foto: Agência Brasil)

247 - Mesmo diante de um cenário econômico restritivo, a Páscoa de 2025 segue sendo uma das datas mais relevantes para o comércio em São Paulo. De acordo com levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo (FCDL-SP) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), realizado em parceria com a Offerwise Pesquisas, cerca de 41 milhões de consumidores no estado pretendem fazer compras neste período.

Embora o número represente uma queda em relação a 2024, refletindo a tendência nacional de retração no consumo, o estudo revela que a força simbólica da data ainda motiva grande parte dos paulistas a manterem o hábito de presentear. “Mesmo em um cenário de aperto financeiro, o consumidor paulista não abre mão da tradição. A Páscoa é uma data carregada de simbolismo e afeto, e isso se reflete nas intenções de compra”, afirma Maurício Stainoff, presidente da FCDL-SP.

A redução nas compras é atribuída a fatores como a necessidade de economizar (23%), o endividamento (21%) e o desemprego (20%). Ainda assim, a disposição para gastar, mesmo que de forma mais cautelosa, revela o esforço do consumidor em manter vivas as celebrações familiares e simbólicas.

Chocolates seguem como protagonistas

Na lista de preferências, os ovos de chocolate industrializados lideram com 55% da intenção de compra, seguidos por bombons industrializados (41%). Os chocolates caseiros, como ovos e bombons artesanais, também têm destaque, com 37% e 33% da preferência, respectivamente. A busca por produtos personalizados, de maior qualidade e o desejo de apoiar pequenos empreendedores contribuem para o crescimento do consumo artesanal.

Os principais presenteados devem ser os filhos (55%), seguidos por mães e cônjuges (ambos com 39%). Um dado curioso revela que 26% dos consumidores planejam se autopresentear, reforçando o apelo emocional da data e a permanência do consumo individual mesmo em tempos de contenção.

Adaptação e criatividade no varejo

Com tíquete médio estimado em R$247 por pessoa e cerca de cinco itens adquiridos, os lojistas precisam ser estratégicos ao oferecer produtos atrativos e acessíveis. Para muitos, o momento exige criatividade para equilibrar tradição e orçamento.

Os consumidores estão preferindo formas de pagamento à vista (72%), com o PIX ocupando o primeiro lugar (51%) e o cartão de débito na sequência (36%). Esse comportamento revela uma busca maior por controle financeiro, em um cenário marcado pela alta da inflação e pelo aumento do endividamento das famílias.

Ainda assim, 56% dos entrevistados afirmam que pretendem parcelar suas compras, o que destaca a importância de os varejistas oferecerem condições de pagamento facilitadas. “O varejo tem uma ótima oportunidade de estreitar laços com os consumidores ao oferecer opções criativas e acessíveis, que respeitem os limites do orçamento familiar sem perder o simbolismo da ocasião”, conclui Stainoff.

A expectativa é que, apesar das limitações econômicas, a Páscoa continue sendo um momento relevante de celebração, impulsionando as vendas e mantendo viva a conexão entre consumidores e o comércio local.