De norte a sul do Brasil, crédito fomenta pequenos negócios
Empresários de pequeno porte já tomaram mais de R$ 1,5 bilhão em garantias do Fampe para empréstimos junto a bancos
Agência Sebrae - Há 20 anos na estrada, a dupla sertaneja mato-grossense Jonathan e Adam soma 300 shows por ano, principalmente em Cuiabá, 4 milhões de visualizações no Youtube e apresentações em 500 casamentos na última década. Para alcançar novos horizontes, eles precisavam caminhar com as próprias rodas. E a consultoria do Sebrae tornou esse sonho possível. A partir de planejamento estruturado, a dupla conseguiu financiamento de R$ 150 mil e adquiriu um ônibus, contando com o aval do Fundo de Aval para as Micro e Pequenas Empresas (Fampe) do Sebrae.
“O Mato Grosso é muito grande, viajamos centenas de quilômetros para os shows. Alugando o transporte, o custo aumenta muito e não conseguimos cobrar um cachê adequado. A aquisição do ônibus foi uma grande virada no nosso negócio”, revela Jonathan. Para conquistar outros estados, eles precisavam investir em marketing, nas redes sociais e se aproximar de rádios regionais. Com consultoria do Sebrae, aos poucos eles estão ganhando a vizinhança: “Tocamos em Rio Verde e no Goiás, estamos animados para seguir avançando, ainda mais agora com o nosso ônibus”.
Mais crédito para o pequeno
O Sebrae expandiu em R$ 2 bilhões as linhas de crédito no âmbito do Fampe, que funciona como garantia complementar para empreendedores que buscam crédito. De acordo com a instituição, esses recursos podem proporcionar crédito de até R$ 30 bilhões nos próximos três anos. A estratégia faz parte do Programa Acredita, lançado pelo governo federal, e inclui iniciativas como o Desenrola, com linhas de crédito voltadas para microempreendedores individuais (MEI), micro e pequenas empresas.
Empresários de pequeno porte já tomaram mais de R$ 1,5 bilhão em garantias do Fampe, do Sebrae, para empréstimos junto a bancos. No total, mais de 20 mil operações foram realizadas com esses recursos. Segundo o Sebrae, o volume registrado entre janeiro e maio deste ano representa 140% de aumento em relação ao mesmo período de 2023. “Os empreendedores de pequenos negócios enfrentam um sistema financeiro que foi feito para as grandes empresas”, diz Décio Lima, presidente do Sebrae. “Antes do programa Acredita, somente 12% das micro e pequenas empresas obtiveram crédito”, ressalta.
Coragem e determinação para crescer
Eliene Menezes Alves começou sua jornada empreendedora vendendo peças de Opala – pedra preciosa conhecida por produzir lampejos das sete cores do arco-íris – às colegas da Universidade Federal do Piauí, em Parnaíba, onde cursava Ciências Contábeis. O ano era 2009. Ela comprava anéis, brincos e pulseiras em consignação e oferecia às amigas, ávidas em desfilar as novidades trazidas por Eliene. O passo seguinte foi comprar bijuterias em prata e semijoias e vender de porta a porta.
Em 2013, Eliene passou a trabalhar como Microempreendedora Individual (MEI) e transformou um quarto de sua casa em uma miniloja para as clientes mais antigas. Desde então, o Sebrae foi preponderante para desenvolver seus negócios. “O Sebrae sempre me acompanhou e fui crescendo no mercado”, relembra. Meses depois de abrir sua primeira loja, em 2019, veio a pandemia da Covid 19: “Dei férias coletivas por um mês para as funcionárias e, na volta, pegamos a lista de clientes, mandamos mensagens, e a empresa acabou crescendo”, conta.
Para ampliar o empreendimento, Eliene contou com financiamento de R$ 125 mil, com a garantia do Fampe, do Sebrae. Mais uma vez, a empreendedora teve o apoio da instituição para crescer. A Eliene Joias e Acessórios comercializa bijuterias em prata, semijoias, relógios, joias em ouro e bolsas, conta com dez funcionários e está prestes a lançar um novo site na internet. “Comecei agora uma nova consultoria com o Sebrae e o meu plano é abrir uma franquia”, planeja Eliene.
Como acessar?
O primeiro passo é acessar o Portal Crédito Consciente, do Sebrae, para analisar, por meio da Calculadora de Planejamento Financeiro, a real necessidade do recurso e a linha de crédito mais indicada. O empreendedor deve apresentar um plano de negócios ao gerente da instituição financeira de preferência, indicando o interesse em usar o Fampe como aval complementar. As taxas de juros ofertadas pelas instituições financeiras operadoras do Fampe variam de acordo com suas políticas de crédito, região e porte do cliente.
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