Micro e pequenas empresas serão chave para a economia em 2025, apesar de juros altos
Com crédito caro e dólar valorizado, MPEs e MEIs enfrentam desafios, mas podem impulsionar crescimento e geração de empregos no Brasil
247 - As micro e pequenas empresas (MPEs) e os microempreendedores individuais (MEIs) terão um papel crucial na economia brasileira em 2025, apesar dos desafios impostos pelos juros elevados e pela volatilidade cambial. Representando a maior parte do mercado de trabalho e da atividade produtiva nacional, esses negócios precisarão encontrar formas de se adaptar a um cenário econômico desafiador para continuar gerando empregos e impulsionando o crescimento.
De acordo com Joseph Couri, presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (SIMPI), o custo do crédito e a inflação elevada dificultam a operação desses empreendimentos. “Com juros tão altos, investir, contratar e até manter o fluxo de caixa se torna um desafio diário”, afirma. Ainda assim, ele ressalta que a capacidade de inovação e resiliência das MPEs pode ser um diferencial para atravessar esse período.
Em 2024, o Brasil enfrentou forte desvalorização do real, com o dólar atingindo R$6,80, uma alta de 27% em relação ao ano anterior. Essa pressão cambial aumentou os custos de insumos e comprometeu as margens de lucro de muitas empresas. A alta da inflação também levou o Banco Central a manter a taxa Selic elevada, fechando o ano em 12,25%, com projeções de que possa subir para 15% até junho de 2025, segundo pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
A restrição ao crédito afeta principalmente as MPEs, que dependem de financiamentos para expandir e manter operações. “As micro e pequenas empresas e os MEIs enfrentam dificuldades para acessar crédito com taxas viáveis. A prioridade para 2025 deve ser a criação de políticas que facilitem esse acesso e incentivem o crescimento desses negócios”, defende Couri.
Apesar das incertezas, há sinais positivos. A taxa de desemprego caiu para 6,1% em 2024, o menor nível da história recente, e o mercado formal registrou um saldo de 2,2 milhões de novas vagas. O crescimento do PIB, estimado entre 1,5% e 2% para 2025, pode oferecer oportunidades, especialmente para setores como o agronegócio e serviços, onde as MPEs têm forte presença.
“A força das micro e pequenas empresas e dos MEIs está na capacidade de adaptação e na proximidade com o consumidor. A inovação será essencial para enfrentar os desafios e garantir competitividade”, analisa Couri.
Com juros altos e um cenário econômico instável, o sucesso das MPEs em 2025 dependerá da capacidade de inovação, da busca por eficiência e do apoio de políticas públicas que incentivem o setor. A recuperação econômica do Brasil pode passar justamente por esses empreendedores, que continuarão a ser a espinha dorsal do mercado de trabalho e da atividade produtiva nacional.
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