Mulheres ampliam protagonismo no mercado e redefinem cultura corporativa
Liderança feminina fortalece inovação e diversidade, mas desafios estruturais ainda limitam avanços
247 - O crescimento da presença feminina em cargos de liderança vem transformando o ambiente corporativo, trazendo maior diversidade e inovação para as empresas. Segundo o relatório "Women in the Workplace 2023", realizado pela McKinsey & Company em parceria com a organização Lean In, companhias com maior diversidade de gênero em posições estratégicas têm 25% mais chances de obter lucratividade acima da média. Apesar dos avanços, desafios como a disparidade salarial e a falta de representatividade em altos cargos ainda persistem, refletindo barreiras estruturais que dificultam o acesso das mulheres a posições de decisão.
Carla Martins, vice-presidente do SERAC, hub de soluções corporativas que atua nas áreas contábil, jurídica, educacional e de tecnologia, destaca a importância da presença feminina na gestão. "As mulheres trazem uma visão única para os negócios, equilibrando resultados financeiros com uma gestão mais humanizada. Essa capacidade de enxergar além dos números é um diferencial competitivo ainda pouco explorado", afirma.
Barreiras estruturais e desigualdade salarial
Apesar do avanço na ocupação de espaços de liderança, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que as mulheres ainda ganham, em média, 20% a menos do que os homens em cargos equivalentes. Além disso, a sobrecarga de trabalho doméstico segue como um obstáculo significativo para muitas profissionais, que precisam conciliar a carreira com as demandas familiares.
A desigualdade salarial impacta diretamente a estrutura das famílias brasileiras, já que 49,1% dos lares são chefiados por mulheres, de acordo com o Censo de 2022. Em estados como Pernambuco, Rio de Janeiro e Bahia, essa proporção já ultrapassa os 50%. Esse cenário reforça a necessidade de políticas corporativas que promovam equidade de gênero, pois a ascensão feminina no mercado de trabalho pode ter impacto direto na qualidade de vida de milhões de famílias.
Para Carla Martins, o caminho para a equidade passa por iniciativas concretas dentro das empresas. "É essencial que as organizações invistam em programas de mentoria e capacitação para preparar mais mulheres para cargos de liderança. A flexibilização do trabalho também é fundamental para que elas tenham reais oportunidades de crescimento", pontua.
Iniciativas para impulsionar a presença feminina
Além das diferenças salariais, mulheres ainda enfrentam estereótipos que questionam sua capacidade de liderar, especialmente em áreas como finanças e tecnologia. A cobrança por equilibrar firmeza e empatia sem parecer "agressiva" também reforça barreiras invisíveis que dificultam a ascensão profissional.
No entanto, cada vez mais empresas estão adotando políticas afirmativas para reduzir essas desigualdades. Programas de mentoria têm se mostrado eficientes na criação de redes de apoio e no fortalecimento da confiança feminina no mercado. Outra iniciativa relevante é a formação de comitês de diversidade, que garantem maior participação das mulheres em processos decisórios.
Carla Martins reforça que promover liderança feminina é um investimento estratégico. "Quando as mulheres assumem cargos de liderança, não apenas transformam as empresas, mas também inspiram outras a seguir esse caminho. Esse ciclo virtuoso fortalece tanto os negócios quanto a sociedade", conclui.
A liderança feminina deixou de ser apenas uma questão de igualdade para se tornar um diferencial competitivo. À medida que mais mulheres ocupam posições estratégicas, o mercado corporativo se torna mais inovador, diverso e preparado para os desafios do futuro.
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