Número de Microempreendedores Individuais triplica no Brasil em uma década
De 4,6 milhões de brasileiros que trabalhavam como MEIs em 2014, o país passou a ter 15,7 milhões em 2023
247 - Nos últimos dez anos, o Brasil registrou um aumento expressivo no número de microempreendedores individuais (MEIs), com o total mais que triplicando, conforme dados do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Em 2014, o país tinha 4,6 milhões de MEIs, número que saltou para 15,7 milhões em 2023, segundo reportagem da BBC Brasil.
Os MEIs são profissionais que gerenciam seus próprios negócios de forma individual e se formalizam junto ao governo. Eles podem faturar até R$ 81 mil por ano, ou cerca de R$ 6,75 mil por mês, sem a possibilidade de ter sócios, filiais ou mais de um funcionário. Entre os benefícios oferecidos estão a simplificação e redução de impostos, acesso facilitado a crédito e direitos previdenciários.
Para Décio Lima, presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a simplicidade e o baixo custo para se tornar MEI têm sido grandes atrativos. "Hoje, o microempreendedor individual conta com um registro simplificado e acessível. A maioria paga menos de R$ 80 mensais em impostos, o que também estimula a formalização", afirma. De acordo com o Simples Nacional, somente em 2022, 3,3 milhões de brasileiros se registraram como MEIs, o maior número anual desde a criação do programa, em 2008.
Especialistas consultados pela BBC Brasil apontam três fatores principais para esse crescimento. Busca por flexibilidade e liberdade financeira: Muitos brasileiros estão preferindo o empreendedorismo a empregos formais com carteira assinada (CLT), em busca de horários mais flexíveis e maior controle sobre suas finanças. "Pejotização": O fenômeno em que empresas contratam profissionais como prestadores de serviços através de pessoa jurídica (PJ), como MEIs, ao invés de empregados CLT. Essa prática é mais barata para as empresas e tem se tornado cada vez mais comum. Impacto da pandemia: O aumento do desemprego durante a crise sanitária levou muitas pessoas a empreender por necessidade, e o registro como MEI passou a ser uma alternativa viável.
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