Projeto de Vila Velha resgata autoestima de mulheres da comunidade por meio do empreendedorismo
A rede empreendedora conta com 50 mães e donas de casa que atuam em áreas como beleza, estética, artesanato, culinária, higiene e perfumaria
Raquel Valente, Agência Sebrae - Em geral, todo empreendimento gera impactos diversos na sociedade. Mas há aqueles que, por meio da produção de bens e serviços, transformam a realidade de uma comunidade. Segundo o Sebrae, os negócios de impacto social são iniciativas financeiramente sustentáveis com viés econômico e caráter social e/ou ambiental, que contribuem para mudar a realidade de populações menos favorecidas e fomentam o desenvolvimento da economia.
Como forma de dar visibilidade a negócios de valor para comunidades locais, a Agência Sebrae de Notícias destaca, neste mês de outubro, as histórias de empreendimentos de impacto social, como a R5 Mulher, uma iniciativa que mudou a realidade de mães e donas de casa da região Grande Terra Vermelha, localizada no município de Vila Velha, no Espírito Santo.
A empresária Sara Pimenta viu no artesanato uma oportunidade de empreender e exercer outros papéis para além da maternidade. Ao conversar com outras mulheres que estavam fora do mercado de trabalho, ela teve a ideia de uni-las em rodas de conversa na unidade de saúde da região. Mais tarde, em 2023, nasceu o R5 Mulher, um projeto que valoriza novos talentos e habilidades.
“A principal motivação foi dar visibilidade a essa mulher, que além de mãe e dona de casa, tem talento, uma história, e está buscando se redescobrir dentro daquele contexto. E nós conseguimos fazer esse despertar das mulheres. Com isso, aconteceu uma transformação na vida delas, porque elas começaram a ver que podiam estar junto dos filhos, mas também, desenvolver um negócio”, conta a fundadora do projeto.
Aos poucos o grupo foi crescendo e, atualmente, são 50 mulheres ligadas à rede de apoio, atuando em áreas como beleza e estética, artesanato, sustentabilidade, culinária, higiene e perfumaria. "Chamamos nossa estratégia de Marketing de Comunidade, em que as empreendedoras da Região Cinco – motivo do nome dado ao grupo –, também conhecida como Grande Terra Vermelha, ajudam e movimentam o comércio local, apoiando-se não só financeiramente como intelectualmente˜, afirmou Sara Pimenta.
Espírito de equipe
As mulheres participam de exposições e feiras, além de mentorias. O espírito de equipe é tão grande que o diferencial do projeto é ele ser mantido pelas próprias empreendedoras. “São elas que impulsionam seus próprios negócios e investem nas colegas. Dentro da região somos conhecidas como um grupo de mulheres cheias de vida. Uma característica forte dessa mulher é que ela está sempre sorrindo para a vida e para ela mesma”, destaca a empresária.
O principal impacto do projeto foi justamente na autoestima dessas mulheres. Ao todo, moradoras de cerca de 28 bairros da comunidade local se beneficiam pelas trocas de experiências e conhecimentos. “Houve um empoderamento de dentro para fora. À medida que a mulher se viu pertencente ao mundo do empreendedorismo, a família e o contexto familiar também foram impactados. A gente busca impulsionar essa mulher, que por muito tempo não se via qualificada”, pontua Sara Pimenta. Hoje, o R5 Mulher está caminhando para uma formalização por meio da criação de um espaço mais estruturado dentro da comunidade para dar suporte às mulheres.
Veja depoimentos de algumas das integrantes do projeto:
Luciene é uma das integrantes do R5 Mulher. Ela trabalha com bodys personalizados e kit higiene. Há quatro anos, ela entrou para o projeto e hoje já se sente totalmente pertencente à rede. “Foi amor à primeira vista. Ao longo dessa jornada empreendedora, tive conexões com outras mulheres, com talentos incríveis. A Sara reuniu todas essas mulheres em um só lugar, empoderando, ensinando e dando suporte, deixando-as prontas para começar um novo ciclo”, comenta ela.
Roseli empreende na área da confeitaria, sendo bolos decorados e doces tradicionais alguns dos quitutes vendidos por intermédio do projeto. Para ela, os laços de união entre as mulheres é a maior vantagem do projeto. “O projeto mostrou que todas nós somos capazes e que as dificuldades são apenas um degrau no crescimento. Não somos concorrentes e sim profissionais de um mesmo nicho, mas com talentos únicos”, diz.
Crislaine também empreende no ramo de confeitaria e enxerga o projeto como uma grande oportunidade de evolução em todas as áreas da vida. “Tive uma virada de chave na minha vida como um todo. Tenho caminhado profissionalmente, mas, acima de tudo, tenho crescido como pessoa. Só tenho a agradecer a Deus pela oportunidade de estar entre essas mulheres incríveis”, destaca.
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