"Sem acolhimento no mercado de trabalho, mães brasileiras criam suas próprias oportunidades", afirma empreendedora
Nayara Oliveira é mãe de duas meninas e fundadora do grupo de apoio ao empreendedorismo materno, “Mães que Podem Mais”, em Uberlândia
Beatriz Bevilaqua, 247 - Você sabia que a maioria das empreendedoras brasileiras opta por abrir um negócio após a maternidade? Mas será que essa decisão é uma escolha ou uma necessidade? Uma pesquisa da FGV, que analisou 247 mil mães entre 24 e 35 anos, revela que, após 24 meses de licença-maternidade, quase metade delas não está no mercado de trabalho. Esse padrão se mantém, mesmo 47 meses após o retorno da licença. No episódio desta semana no “Empreender Brasil”, da TV 247, recebemos a empreendedora mineira Nayara Oliveira, mãe de duas meninas (Alice, de 7 anos, e Cecília, de 5 anos) e fundadora do grupo de apoio ao empreendedorismo materno, “Mães que Podem Mais”, em Uberlândia.
Nayara compartilhou as delícias e os desafios da maternidade e do empreendedorismo, ressaltando a importância de um grupo que auxilia no fomento de negócios. “Estamos rodeadas por pessoas que vivem a mesma realidade e compreendem as dores umas das outras. Embora algumas empresas ofereçam adaptações para funcionárias com filhos pequenos, como salas de aleitamento materno, na prática, esses ambientes nem sempre são acolhedores. É necessário um avanço significativo em políticas públicas para que essas mulheres possam permanecer no mercado de trabalho, caso essa seja a sua escolha”, afirmou Nayara.
Desde sempre, ela afirmava: “Quando eu tiver filhos, não quero trabalhar para os outros”, pois desejava ter tempo disponível para cuidar da criança em casa. Assim, decidiu se tornar empreendedora para ter maior controle sobre a gestão do seu tempo entre vida familiar e trabalho. “Diferentemente da maioria das mulheres que se tornam empreendedoras após a maternidade, eu me organizei antes para isso. Com o apoio do meu parceiro, pedi demissão e comecei a empreender.”
Sua primeira experiência empreendedora foi à frente da loja de vestuário infantil "Casinha na Árvore", que ela gerenciou por quase cinco anos. Durante esse período, percebeu que as mães, mais do que simplesmente comprar roupas, buscavam um espaço para conversar, trocar experiências e discutir questões relacionadas à maternidade. Assim, nasceu a ideia de criar um grupo de apoio voluntário para mães, que, com o tempo, se transformou em um negócio.
“O mercado de trabalho não acolhe as mães, por isso precisamos criar nossos próprios negócios. Decidi me especializar e identifiquei uma oportunidade de ajudar outras mulheres, organizando eventos sobre diversos temas para elas. Hoje, também organizo programas voltados para mães que desejam empreender e abordar outras questões desafiadoras do maternar.”
Confira a entrevista na íntegra:
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