Startup de Palmas revoluciona cantinas escolares no Brasil

Beatriz Bevilaqua, 247 - O Brasil tem cerca de 47,3 milhões de alunos matriculados em 178,5 mil escolas, segundo o Censo Escolar de 2023. O mercado de cantinas escolares envolve muitas dessas escolas, e o consumo de alimentos em cantinas abrange milhões de alunos. No episódio desta semana no “Empreender Brasil”, da TV 247, entrevistamos Vidal Martins, fundador da primeira cantina 100% digital do Brasil, que já opera em mais de 50 escolas. Um exemplo inspirador de empreendedorismo tecnológico que surgiu em Palmas e vem conquistando o Brasil.

A startup “Lanche Bem” surgiu em 2020 como uma solução para a gestão de cantinas, após Vidal identificar lacunas nos sistemas disponíveis no mercado. "Um dos nossos diferenciais é o compromisso com a eliminação do uso de papel. Somos 100% digitais, sustentáveis, intuitivos e facilitamos a logística das cantinas", conta o fundador.

A participação no programa Capital Empreendedor, em 2022, e na aceleração Inova Amazônia, em 2023 (ambos do Sebrae), foram decisivas para o aprimoramento do sistema. Durante esse processo, foi desenvolvido um painel de entregas para a cantina, permitindo que qualquer pedido, seja realizado pelo pai, pelo estudante por meio do aplicativo ou pelos terminais, seja sincronizado a cada 15 segundos e exibido diretamente no painel de entrega. Essa inovação eliminou completamente a necessidade do uso de papel.

A escola consegue acessar informações importantes, como intolerâncias ou alergias alimentares das crianças. A proposta também promove benefícios à saúde e à educação financeira das crianças. "As crianças não manipulam dinheiro e aprendem a ter controle financeiro. O pai pode dizer: ‘Esse é o valor para o mês; administre bem’, e isso já é uma lição importante", comenta.

Na prática, o funcionamento do sistema é baseado em três plataformas interconectadas. "Temos o sistema dos pais, que é usado por 99% dos nossos clientes e é disponibilizado gratuitamente pelas escolas. Ele pode ser acessado por aplicativos no iOS e Android. Depois, há a plataforma da cantina, onde é feita toda a gestão, desde o cadastro de produtos até relatórios financeiros, sem nenhuma impressão de papel. Por fim, nas cantinas, temos os terminais, onde as crianças realizam os pedidos", detalha.

Essa conexão entre pais, escolas e alunos representa um avanço na gestão de cantinas escolares, com foco na eficiência, sustentabilidade e na modernização do processo. A gestão de cantinas escolares tem evoluído, deixando para trás o modelo tradicional. "Hoje, os pais das crianças do ensino fundamental já nasceram na era tecnológica e exigem soluções modernas. As crianças, por sua vez, dominam a tecnologia com facilidade. Meu filho, da geração Alfa, aprendeu a usar o sistema muito mais rápido do que meus filhos mais velhos", comenta Vidal.

Apesar do potencial de ser um bom negócio, a cantina escolar enfrenta desafios específicos. "O maior problema é a sazonalidade. Ela funciona apenas nove meses no ano, parando em julho, dezembro e janeiro. Por isso, quando apresento nosso sistema, destaco a importância de uma gestão moderna que permita aumentar as vendas mesmo nesses períodos de menor atividade", explica.

O modelo de monetização da startup é acessível e vantajoso. Para os pais, o uso da plataforma é totalmente gratuito. “Monetizamos de forma simples: quando o pai recarrega o saldo do sistema, uma pequena taxa de 3,99% é aplicada. Desse valor, 96% vai diretamente para a conta da cantina cadastrada, e o restante é dividido entre a nossa empresa e os gateways de pagamento, como cartões de crédito", detalha.

Com esse modelo, a startup garante uma operação eficiente e sustentável, ao mesmo tempo que promove a modernização das cantinas escolares, atendendo às expectativas de uma geração conectada e acelerada. Assista a entrevista na íntegra: