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    Volume de serviços recua 0,2% em janeiro, pressionado por queda no transporte

    Setor registra primeira retração após três meses de estabilidade ou alta; transportes, serviços prestados às famílias e atividades profissionais recuam

    Restaurante no Rio de Janeiro 23/02/2025. (Foto: REUTERS/Jorge Silva)
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    247 - O volume de serviços no Brasil registrou queda de 0,2% em janeiro de 2025 na comparação com dezembro de 2024, quando havia se mantido estável (0,0%). O recuo foi puxado pelo setor de transportes, que encolheu 1,8% no mês, com destaque para as quedas no transporte dutoviário, aéreo, rodoviário coletivo de passageiros, ferroviário de cargas e serviços postais. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta quarta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Apesar da retração no mês, o setor manteve um avanço de 1,6% na comparação com janeiro de 2024, registrando a décima taxa positiva consecutiva. No acumulado de 12 meses, o crescimento foi de 2,9%, ritmo inferior ao registrado em dezembro do ano passado (3,2%). "Após alcançar o ápice de sua série histórica em outubro de 2024, o setor de serviços apresentou duas taxas negativas e uma estabilidade nos últimos três meses. Nesse período, acumulou perda de 1,1%, que pode ser explicada pela alta margem de comparação", avalia Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa.

    Além do setor de transportes, também registraram queda os serviços prestados às famílias (-2,4%) e os serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,5%). O primeiro devolveu parte do ganho de 7,0% acumulado entre maio e dezembro de 2024, enquanto o segundo manteve sua trajetória negativa, acumulando retração de 3,7% nos últimos três meses.

    Transporte tem maior impacto negativo

    O desempenho negativo do setor de transportes foi o principal fator para a retração dos serviços em janeiro. “Houve quedas importantes no transporte dutoviário, com perda de receita de empresas relevantes que atuam nesse segmento, no transporte aéreo, no transporte rodoviário coletivo de passageiros, no transporte ferroviário de cargas e na atividade de correio”, explica Lobo.

    O transporte de passageiros apresentou uma forte queda de 7,6% na comparação com dezembro de 2024, interrompendo a trajetória de crescimento observada no final do ano passado. O segmento agora está 3,4% abaixo do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 25,1% abaixo do pico da série histórica, registrado em fevereiro de 2014.

    Já o transporte de cargas caiu 0,7% em janeiro, marcando a terceira retração consecutiva e acumulando uma perda de 3,3% nesse período. Ainda assim, o segmento permanece 30,9% acima do nível pré-pandemia. “O transporte de passageiros foi pressionado pelo transporte aéreo, impactado pela base de comparação com dezembro e pelo aumento nos preços das passagens. Já o transporte de cargas tem mostrado quedas frequentes desde 2024, com destaque para os desempenhos negativos do transporte dutoviário e ferroviário de cargas”, explica Lobo.

    Setor de tecnologia segue em alta

    No lado positivo, apenas dois segmentos tiveram crescimento no mês: informação e comunicação (2,3%) e outros serviços (2,3%). Segundo o IBGE, a atividade de tecnologia da informação tem sido um dos principais motores do setor, com alta de 7,8% nos últimos 12 meses. “Os serviços de tecnologia da informação vêm crescendo de forma expressiva, ditando o ritmo do setor de serviços como um todo. Em janeiro, esse segmento renovou seu recorde na série histórica da pesquisa, iniciada em 2011”, destaca Lobo.

    Serviços caem em 17 estados

    Regionalmente, 17 das 27 unidades da federação registraram queda no volume de serviços em janeiro, acompanhando o recuo nacional. Os impactos negativos mais expressivos vieram do Distrito Federal (-8,7%), seguido por Amazonas (-7,0%), Pernambuco (-4,5%), Espírito Santo (-5,2%) e Minas Gerais (-1,7%).

    Por outro lado, os estados que mais contribuíram positivamente foram São Paulo (0,9%), Rio de Janeiro (1,0%) e Santa Catarina (3,4%), que compensaram parte do desempenho negativo das demais regiões.

    Na comparação com janeiro de 2024, o volume de serviços cresceu 1,6%, com destaque para São Paulo (4,3%), Rio de Janeiro (3,8%) e Santa Catarina (3,2%). Entre os estados que tiveram desempenho negativo, Mato Grosso (-25,8%), Rio Grande do Sul (-8,2%) e Paraná (-1,9%) registraram as maiores quedas.

    Turismo tem forte retração

    As atividades turísticas sofreram uma queda de 6,4% em janeiro, após um crescimento de 3,1% em dezembro. Esse foi o pior desempenho do setor desde março de 2021 (-24,4%). A retração foi puxada pelos segmentos de restaurantes, transporte aéreo de passageiros e serviços de buffet.

    A queda foi observada em 12 das 17 unidades da federação analisadas, com São Paulo (-8,3%) registrando a maior influência negativa, seguido por Rio de Janeiro (-5,4%) e Minas Gerais (-4,2%). No sentido contrário, Bahia (1,5%), Santa Catarina (1,7%) e Ceará (1,4%) tiveram variações positivas.

    Na comparação anual, o índice de atividades turísticas avançou 3,5%, impulsionado pelo crescimento da receita de empresas ligadas ao transporte aéreo, restaurantes e serviços de reservas para hospedagem. Os principais destaques positivos foram Bahia (9,0%), Goiás (8,6%), Santa Catarina (7,0%), Rio de Janeiro (6,6%) e São Paulo (4,0%).

    Sobre a pesquisa

    A Pesquisa Mensal de Serviços acompanha a evolução do setor no país, investigando a receita bruta das empresas de serviços não financeiros com pelo menos 20 empregados, excluindo as áreas de saúde e educação. A pesquisa é realizada em todas as unidades da federação e fornece um panorama da economia brasileira.

    Esta é a vigésima quarta divulgação da nova série da PMS, que passou por revisões metodológicas e na amostra de empresas. O próximo levantamento, com dados de fevereiro, será divulgado em 10 de abril.

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