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    "A China não é um estado imperialista, é o principal vetor do campo anti-imperialista", afirma Breno Altman

    Jornalista analisa papel da China no cenário global e discute relações com o Brasil durante visita de Xi Jinping

    (Foto: ABR | Divulgação )
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    247 - Em edição recente do programa 20 Minutos - Análise, o jornalista Breno Altman abordou o papel da China no cenário geopolítico atual, explorando o modelo econômico do país, suas relações internacionais e as acusações de imperialismo. A discussão ocorre em meio à visita oficial do presidente chinês, Xi Jinping, ao Brasil, onde se reúne com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir uma parceria estratégica entre os dois países.

    Altman refutou a tese de que a China possa ser considerada um estado imperialista: “A China não é um estado imperialista. Ao contrário, é o principal vetor do campo anti-imperialista que se forma no mundo.” Ele destacou que o conceito de imperialismo, conforme delineado por Lenin, está relacionado à exportação de capitais sob lógica de acumulação burguesa, algo incompatível com o sistema chinês.

    Para Altman, o modelo de desenvolvimento chinês apresenta características próprias. “Na China, as formas privadas de propriedade e as relações mercantis existem, mas estão subordinadas ao poder político de um Estado socialista. Isso inverte a lógica das economias capitalistas tradicionais, onde a burguesia controla o Estado”, explicou.

    Modelo chinês e relações com o Brasil

    Ao discutir a relação do Brasil com a China, Altman reconheceu assimetrias comerciais, mas negou que isso configure uma relação imperialista. “A China importa do Brasil, principalmente, produtos agrícolas e minerais, enquanto exporta mercadorias. Essa relação comercial é favorável em termos de balança comercial, mas desfavorável para a industrialização brasileira. Porém, isso não é imperialismo.”

    Altman também ressaltou as ofertas de investimentos chineses para corrigir tais assimetrias. “Xi Jinping mencionou em artigo recente a possibilidade de uma sinergia entre o desenvolvimento industrial brasileiro e a Nova Rota da Seda, com capitais chineses promovendo a industrialização no Brasil. Isso é distinto das políticas espoliadoras do FMI ou de instituições controladas pelo imperialismo norte-americano”, afirmou.

    A questão do imperialismo e o papel da China

    Ao responder se seria possível um estado socialista ser imperialista, Altman refutou a ideia: “O imperialismo é uma categoria vinculada à natureza do capitalismo. Não seria curioso que um estado imperialista não tenha bases militares no exterior, não promova golpes de Estado e não force outros países a adotar medidas de ajuste fiscal, como faz o FMI?”.

    Por fim, Altman avaliou a posição da China na ordem mundial como um fator positivo: “O crescimento da economia chinesa permitiu criar um campo anti-imperialista, formado por nações que buscam superar a hegemonia norte-americana e o sistema imperialista. Isso não é por benevolência, mas por uma opção de desenvolvimento integrado.”

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