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    "A expectativa era uma safra de mais de 40 milhões de toneladas, agora a gente vai ter que rever esses números", diz Pretto

    Tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul gera preocupações sobre produção agrícola: Entrevista com Edegar Pretto, presidente da CONAB

    (Foto: Reprodução | FAB)

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    247 - No rescaldo das devastadoras enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) está em alerta máximo. Em uma entrevista exclusiva concedida ao programa Boa Noite 247, Edegar Pretto, presidente da CONAB, discutiu os impactos das enchentes sobre a produção agrícola, revelando uma preocupante realidade.

    "O Rio Grande do Sul há muitos anos ocupou o segundo lugar na produção nacional, agora, em função do que vem acontecendo, a posição do Rio Grande do Sul é o quinto lugar", destacou Pretto. Essa declaração reflete não apenas uma queda na produção agrícola, mas também uma mudança na dinâmica agrícola nacional.

    Pretto explicou que a CONAB desempenha um papel crucial na coleta e projeção de dados agrícolas, fornecendo informações essenciais para o planejamento do abastecimento nacional. "Nós estávamos comemorando, porque a CONAB, entre tantas atividades, uma delas é formar as informações agropecuárias, somos nós da Companhia Nacional de Abastecimento, que todos os meses colocamos em campo nossos técnicos para produzir os dados oficiais sobre projeção de produção nacional", afirmou.

    Contudo, a recente catástrofe no Rio Grande do Sul abalou essas projeções. Pretto revelou que a expectativa inicial de uma safra robusta no estado foi interrompida pela devastação das enchentes. "A expectativa era uma safra de mais de 40 milhões de toneladas, agora a gente vai ter que rever esses números", lamentou.

    As consequências são alarmantes. Com uma parte significativa da produção agrícola ainda submersa, os danos são evidentes. "O certo é que 15% da produção do arroz ainda estava na roça, no campo, embaixo d’água, 20% da soja, mais de 10% do milho", revelou Pretto. Esses números pintam um quadro sombrio para o futuro do abastecimento interno de alimentos.

    A produção de milho, em particular, está sob ameaça. Pretto enfatizou a importância da primeira safra de milho, fundamental para o consumo interno. "Quando falta o milho para nosso consumo interno, temos que trazer de outras regiões, isso encarece o preço e chega na prateleira do supermercado no preço da carne", explicou.

    A CONAB está mobilizando recursos para avaliar os danos e mitigar os impactos sobre o abastecimento nacional. "Assim que tiver possibilidade, como prioridade nacional, vamos colocar nossos técnicos a campo em parceria com as Universidades e Institutos Federais, mesmo sem informações dos próprios agricultores das regiões, para a gente ver qual é a dimensão desse estrago", afirmou Pretto.

    A entrevista de Edegar Pretto revela não apenas os desafios imediatos enfrentados pelo Rio Grande do Sul, mas também as implicações mais amplas para o abastecimento nacional.

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