"A milícia tem tentáculos no Estado: o caso Marielle revela isso", diz Tarcísio Motta
Deputado do PSOL comenta os novos desdobramentos no caso Marielle Franco
247 - O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) segue gerando desdobramentos, com novas informações vindo à tona sobre a conexão entre os suspeitos e o crime organizado no Rio de Janeiro. Recentemente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, atendeu a um pedido da defesa do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, permitindo a inclusão de conversas entre ele e Marielle nos autos do processo. Para o deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ), isso não altera a investigação e não exime Rivaldo de suspeitas.
"Se ele estivesse a serviço das milícias, você acha que as conversas não teriam sido amistosas?", questionou Motta. "A milícia e o crime organizado têm tentáculos no aparelho de Estado do Rio de Janeiro. O caso da Marielle revela isso com clareza."
Rivaldo Barbosa foi preso em 2023 sob suspeita de envolvimento no planejamento do crime. A investigação aponta que ele fazia parte de uma estrutura criminosa infiltrada no Estado, composta por figuras como o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Domingos Brazão, e o ex-vereador e deputado federal Chiquinho Brazão. A relação entre as milícias e setores da polícia é um dos principais elementos que dificultaram a elucidação do caso.
Para Motta, a estratégia da defesa de Rivaldo Barbosa ao apresentar conversas antigas com Marielle não invalida as provas reunidas pela investigação. "Ele era um contato importante na Polícia Civil para vários setores que combatiam o crime organizado. Nós não sabíamos de suas ligações com as milícias, mas isso não o inocenta", declarou.
O PSOL e familiares de Marielle cobram que a investigação avance sobre os mandantes do crime e suas motivações. Uma das hipóteses levantadas pela Polícia Federal é que a execução foi ordenada por milicianos preocupados com o impacto das denúncias feitas por Marielle contra a ocupação ilegal de territórios no Rio de Janeiro.
Motta reforçou que o caso Marielle Franco é um exemplo da infiltração do crime organizado no poder público. "O assassinato da Marielle, mesmo quando resolvido, não resolve o problema da presença do crime organizado no Rio de Janeiro", alertou. "Estamos perdendo a oportunidade de expor a força das milícias dentro do aparelho de Estado."
A violência política e o crescimento da influência das milícias são temas que preocupam especialistas e ativistas de direitos humanos. O desfecho do caso Marielle será um teste para a capacidade do Estado brasileiro de combater a violência política e desmantelar essas redes criminosas.
O julgamento dos acusados e as novas etapas da investigação podem trazer respostas definitivas sobre os mandantes do crime e o contexto político em que ocorreu. Enquanto isso, a luta por justiça para Marielle Franco continua sendo um símbolo da resistência contra a violência política e o poder das milícias no Brasil. Assista:
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