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    "A questão central do Brasil é a industrialização”, diz Valter Pomar

    Solução para a industrialização do Brasil deve envolver um papel mais ativo do Estado

    Valter Pomar (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | REUTERS/Washington Alves)

    247 – O historiador e dirigente do Partido dos Trabalhadores (PT), Valter Pomar, em entrevista à TV 247 discutiu os desafios enfrentados pela política externa e econômica do governo Lula. Pomar abordou a política externa do governo Lula, que descreveu como "hiperativa". Ele enfatizou que essa postura pode gerar adversários no cenário internacional. A atuação destacada do Brasil em diversas questões globais, como a diplomacia Sul-Sul, fortaleceu sua presença global, mas também trouxe desafios diplomáticos.

    Para conseguir se manter como protagonista dessa política externa é preciso ter uma política econômica no Brasil que dê sustentação ao governo. Nesse sentido, Pomar destacou a persistência do país como uma economia primário-exportadora, altamente financeirizada, e a urgente necessidade de desenvolver a base industrial. Ele levantou a questão fundamental de onde viria o investimento necessário para impulsionar essa industrialização.

    As opções tradicionais incluem investimento estrangeiro e capital privado, mas Pomar destacou as limitações e contradições de ambas. A China, por exemplo, tem suas próprias considerações estratégicas e não quer transformar o Brasil em um concorrente direto. Além disso, o capital privado tende a ser avesso a investimentos de longo prazo.

    Valter Pomar também argumentou que a solução para a industrialização do Brasil deve envolver um papel mais ativo do Estado. No entanto, ele enfatizou que isso só é possível se o Estado tiver recursos financeiros suficientes e força política para se endividar, se necessário. Isso, por sua vez, exige um Estado forte.

    Pomar observou que o Brasil enfrenta uma série de desafios nesse sentido. A arrecadação de impostos é insuficiente para financiar projetos de industrialização em larga escala, e a "meta do déficit zero" é uma política que impõe limitações significativas. Além disso, lembrou de outro obstáculo para o desenvolvimento econômico e industrial no Brasil: a política do Banco Central, liderado por Roberto Campos Neto. Assista:

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