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“A realidade foi de derrota catastrófica da esquerda nas eleições municipais”, diz Altman

Breno Altman avalia que os resultados das eleições de 2024 representam uma expressiva derrota para a esquerda, com avanço de setores conservadores

(Foto: Brasil247 | ABR)

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247 - Durante uma análise no Bom Dia 247, o jornalista e analista político Breno Altman destacou sua avaliação contundente sobre o desempenho da esquerda nas eleições municipais de 2024. O jornalista afirmou que os resultados revelaram uma “derrota catastrófica” da esquerda brasileira, apesar de pequenos avanços em números absolutos. A análise abordou a vitória do campo conservador e da extrema direita em diversos municípios, enquanto setores progressistas, mesmo em posições de governo, perderam espaço e influência nas regiões de maior densidade populacional.

Altman observou que a análise geral não deve ser limitada ao segundo turno, mas sim ao conjunto das eleições, refletindo o panorama completo de vitórias e derrotas. “Nós devemos fazer uma avaliação das eleições como um todo, porque agora podemos fazer um balanço geral, sem separar os turnos como se fossem eleições distintas”, comentou. O jornalista apontou que os critérios de avaliação mais relevantes envolvem a predominância política entre os campos ideológicos e os avanços em áreas chave, como capitais e municípios estratégicos.

O avanço da direita e da extrema direita

Segundo Altman, a eleição de candidatos ligados à extrema direita e ao conservadorismo tradicional simboliza o fortalecimento dessas forças políticas, o que, para ele, representa uma ameaça à hegemonia da esquerda. Em uma análise de dados, ele citou o crescimento do PL (partido do ex-presidente Jair Bolsonaro) e do Republicanos, que juntos conquistaram uma parcela significativa do eleitorado municipal, demonstrando força eleitoral em todo o território brasileiro. “Em todos os critérios — seja o número de prefeitos eleitos, a população governada ou o desempenho em grandes cidades — a direita venceu e consolidou seu avanço,” afirmou.

No âmbito das capitais, a esquerda governará apenas seis das maiores cidades brasileiras, resultado próximo ao de 2020 e que, segundo Altman, sinaliza uma estagnação. O analista destaca que as grandes cidades são fundamentais para moldar o debate público e político no país, e que a baixa representatividade da esquerda nesses espaços limita sua capacidade de influenciar a agenda nacional. "A direita tradicional e a extrema direita dominaram as eleições e estão organizando uma aliança conservadora robusta," advertiu Altman.

Uma recuperação limitada para o PT e a esquerda

Altman reconheceu que, apesar do quadro desfavorável, o PT (Partido dos Trabalhadores) teve um crescimento em comparação às eleições de 2020, ao eleger mais prefeituras e algumas capitais. Ele citou o exemplo de Fortaleza, onde o PT recuperou a prefeitura, mas ressaltou que o avanço foi insuficiente frente ao domínio conservador. No total, o PT e aliados da esquerda devem governar cerca de 5,2% da população brasileira, uma recuperação tímida considerando o cenário favorável de ter o partido no governo federal.

“Mesmo com a esquerda no governo nacional, o crescimento foi pífio e isso deve ser reconhecido. Vender uma narrativa de vitória não representa a realidade, especialmente para a militância que se esforçou e merece ouvir a verdade,” afirmou Altman, criticando avaliações internas que tentam minimizar os resultados desfavoráveis. Para o analista, a insistência em uma leitura otimista que não corresponda à realidade pode levar a estratégias equivocadas em eleições futuras.

Perspectivas e desafios para 2026

Na avaliação de Altman, os resultados da eleição municipal podem ter um impacto a longo prazo para a esquerda nas eleições de 2026. O avanço conservador e a aliança entre a direita tradicional e a extrema direita, exemplificada pela vitória de Ricardo Nunes em São Paulo com apoio explícito de Tarcísio de Freitas e de setores bolsonaristas, apontam para uma possível frente unificada nas eleições nacionais. “É um alerta para a esquerda. Se esses setores conservadores se articularem, a disputa presidencial pode se tornar ainda mais desafiadora para o PT,” ponderou Altman.

Ele também indicou que as derrotas em municípios relevantes como Salvador e as dificuldades em consolidar votos em regiões metropolitanas revelam uma necessidade urgente de reestruturação política e de estratégias de reconquista do eleitorado popular.

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