Aposta de que o Ocidente vai cansar de apoiar a Ucrânia é perigosa, diz Valdir Bezerra
Valdir Bezerra alerta para o risco das forças políticas da Europa e EUA continuarem apoiando a Ucrânia por tempo indeterminado. Assista na TV 247
247 - O acadêmico e analista geopolítico Valdir Bezerra expressou, em entrevista à TV 247, suas preocupações sobre o estado atual da guerra na Ucrânia, alertando que o conflito está resultando em um aumento significativo do sofrimento das populações envolvidas. Ele destacou o perigo da aposta de alguns atores políticos na Rússia de que o Ocidente vai “cansar” de apoiar Kiev, permitindo assim uma saída do conflito.
Para Bezerra, as forças políticas dos Estados Unidos e da Europa possuem a capacidade de manter o apoio à Ucrânia por um período prolongado. Ele ressaltou que simplesmente esperar que o apoio ocidental às forças armadas de Kiev enfraqueça ao longo do tempo é uma estratégia perigosa.
"É uma aposta arriscada acreditar que o Ocidente e os EUA vão simplesmente desistir de ajudar a Ucrânia. Dependendo da vontade política dos líderes do Pentágono e da Casa Branca, eles ainda podem fornecer ajuda financeira crucial para a Ucrânia", alertou o analista.
Bezerra também chamou a atenção para as dificuldades enfrentadas pelas populações diretamente impactadas pelo conflito. Com a inflação e os problemas decorrentes da não renovação do acordo de grãos, a paciência das comunidades locais está se esgotando rapidamente. “As populações que estão já chegando no limite, de saco cheio. Eles que têm que lidar com a inflação, os problemas que vão surgir da não renovação do acordo de grãos”, disse.
Outro ponto abordado na entrevista foi a esperança de que uma eventual vitória do ex-presidente dos EUA Donald Trump nas próximas eleições pudesse pôr fim à guerra. No entanto, Bezerra destacou a inconsistência entre as promessas de Trump durante sua administração e a realidade das ações tomadas pelo governo americano.
“A esperança de que Trump vai acabar com a guerra se vencer as eleições também é perigosa. Quando ele venceu em 2016, ele prometia melhorar as relações com a Rússia e se aproximar do Putin, mas a realidade se mostrou diferente. Durante sua presidência, a estratégia de segurança nacional dos Estados Unidos nomeou a China e a Rússia como rivais, que se opõem aos valores e objetivos americanos no mundo. Ele prometeu uma coisa, mas o establishment político americano e as demais forças que fazem o jogo político em Washington não permitiram ao Trump levar a cabo suas promessas, se é que eram promessas de fato sinceras”, explicou Bezerra. ASSISTA:
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