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"Brasil deve manter independência nos BRICS e evitar alinhamentos antiocidentais", defende ex-embaixador Rubens Barbosa

Diplomata alerta que o país deve adotar postura pragmática, focada em interesses nacionais e sem adesão automática a posições antiocidentais

(Foto: REUTERS/Maxim Shemetov/Pool | Marcos Oliveira/Agência Senado)

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247 - Em entrevista ao programa Boa Noite 247, o ex-embaixador Rubens Barbosa afirmou que o Brasil deve adotar uma posição de independência estratégica dentro dos BRICS, grupo que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de novos integrantes. Barbosa ressaltou que o Brasil não deveria se alinhar automaticamente a uma postura antiocidental, enfatizando que a prioridade do país deve ser o pragmatismo e a defesa dos próprios interesses. "Os BRICS têm o potencial de se tornar um movimento antiocidental, mas o Brasil precisa manter independência, assim como a Índia faz, buscando equilíbrio e focando em suas necessidades", declarou o diplomata.

Barbosa destacou que, com a reeleição de Donald Trump nos Estados Unidos, a política externa do Brasil precisará de cautela para evitar fricções tanto com Washington quanto com os demais membros do BRICS. Segundo o ex-embaixador, o Brasil pode aproveitar o bloco como uma plataforma para fortalecer o comércio, investimentos e a cooperação tecnológica, mas deve evitar qualquer alinhamento automático com políticas que possam afetar suas relações com potências ocidentais. “Precisamos usar as oportunidades que o BRICS oferece sem comprometer a relação com o Ocidente, que continua sendo crucial para o Brasil em várias frentes, inclusive econômica”, acrescentou Barbosa.

O diplomata também sugeriu que o Brasil siga o exemplo da Índia, que adota uma postura pragmática ao navegar entre interesses globais divergentes. Barbosa enfatizou que o Brasil não deve se envolver em disputas geopolíticas que possam comprometer sua posição internacional. Para ele, manter uma postura de neutralidade permitirá ao Brasil maximizar os benefícios do bloco, sem antagonizar potências ocidentais. “Esse equilíbrio é essencial para que o Brasil tenha autonomia e possa agir com flexibilidade diante dos desafios globais”, concluiu o ex-embaixador, reforçando a importância de uma política externa centrada nos interesses nacionais.

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