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    'Caso Anielle e Silvio tem reflexos de um patriarcado que ainda persiste', diz Mirna Brasil Portella

    Em entrevista à TV 247, ao “Denise Assis Convida”, a escritora fala sobre a organização do livro de contos: “Sutilezas do Patriarcado”

    (Foto: Divulgação/Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania)

    247 - A escritora Mirna Brasil Portella, que organizou o livro de contos: “Sutilezas do Patriarcado”, em entrevista ao “Denise Assis Convida”, deste domingo (ás 12h), conta do quanto ficou positivamente surpresa ao ver o engajamento das mulheres jovens na defesa do feminino e o nível de conscientização que elas têm, dessas sutilezas de que fala o livro. A obra reúne 26 autoras de todas as idades.

    Segundo Mirna, a ideia era reunir várias gerações, “para que o livro contivesse essa diversidade.”

    Na conversa, a autora organizadora analisa o caso do ex-ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, definindo a revelação como “muito triste para a sociedade, por tratar-se de um homem e uma mulher pretos, que chegaram a uma posição de destaque”. Mirna fala também da condição da ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, como uma mulher que também tem as suas fragilidades, “apesar do poder”, e vê nela os reflexos de um patriarcado que preservou em Anielle a condição de “menina”, vítima da opressão, a ponto de não conseguir dar queixa “ao poder”, que talvez ela veja como “o pai”. 

    O livro chega em boa hora, quando a pauta do abuso ainda ecoa nas mídias, falando do rumoroso caso. A obra, lançada pela Editora Rebuliço, reúne histórias contadas por mulheres que viveram de alguma forma a experiência das sutilezas do patriarcado, e traça um arco abrangente sobre a prática nefasta que atravessa séculos. 

    Estreantes e renomadas autoras de diferentes regiões do Brasil, com idades entre 18 e 72 anos, revelam em contos inéditos sobre como os abusos são naturalizados no cotidiano das mulheres. "São histórias que levam o leitor à observação de minúcias, ao cotidiano que sorrateiramente perfaz a engrenagem do patriarcado, à dinâmica quase invisível que o perpetua, reproduzida por homens e mulheres nos atos ordinários, nas conversas, na retórica, no comportamento dentro e fora de casa, nos protocolos, na educação que damos às nossas filhas e aos nossos filhos", diz Mirna, organizadora da coletânea.

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