Daniel Cara: “em São Paulo vai ser Haddad contra todos”
Professor da USP analisa a primeira rodada de debates de candidatos a governador
247 - O professor da USP Daniel Cara, em entrevista à TV 247, disse que Fernando Haddad (PT) se mostrou o candidato tecnicamente melhor preparado para o governo de São Paulo durante o primeiro debate pela disputa estadual, realizado pela Band no último dia 7.
“Haddad demonstrou força porque foi ele contra os outros três candidatos. Não tenho dúvida que ele é o candidato tecnicamente mais preparado. Tarcísio de Freitas (Republicanos) claramente fez um media training, pois não é nem político e tampouco paulista. Não conhece nada do estado de São Paulo e, por isso, reproduziu todas as obviedades possíveis de serem repetidas”, analisou.
Segundo Cara, o primeiro debate serve para mobilizar o mundo político entre aqueles que estão muito dentro da campanha e o eleitor que é muito atento.
Os demais candidatos, na opinião do professor, foram rasos. O candidato do Novo, Vinícius Poit, por exemplo, “fez escada para os demais candidatos compondo dobradinhas e levantando a bola para o Rodrigo Garcia e o Tarcísio de Freitas cortarem”.
Cara segue avaliando que Rodrigo Garcia (PSDB) sequer citou Jair Bolsonaro (PL) por uma razão meramente estratégica: “ele quer o eleitor de Bolsonaro do lado dele e quer Bolsonaro do lado dele também”.
O professor destacou ainda que Haddad é um contraponto necessário dentro do cenário político de São Paulo para quebrar a aliança ‘BolsoDoria’, que mesmo sem João Doria, ex-governador de São Paulo, nunca deixou de existir para a direita paulista. “Um absoluto conservadorismo, reacionarismo em termos de valores sociais, de posição de postura e de respeito aos outros e de ódio ao povo do lado do Bolsonaro. E do lado do Doria, é essa mesma questão só que envernizada com aparentemente ‘bons modos’, mas é um ultraliberalismo que não tem nenhum tipo de solidariedade, respeito e empatia com o povo”, frisou.
Cara voltou a pontuar as fragilidades de Rodrigo Garcia, do candidato de Bolsonaro, Tarcísio, e de Vinícius Poit (Novo). Na opinião do professor, claramente todos demonstraram ter passado por um treinamento de mídia.
“Rodrigo Garcia é um apêndice da política. Não tem força própria. Ele busca ser uma alternativa de direita ao Tarcísio de Freitas. E o Vinícius Poit também lançou mão do media training para construir um personagem tenso e nervoso para tentar mobilizar o que seria o eleitor do Abraham Weintraub, mais preparado, claro, mas com todos os chavões do Novo”, finalizou.
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