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    “Delfim sempre reconheceu os méritos do governo Lula”, diz Mantega

    O ex-ministro Guido Mantega refletiu sobre a trajetória de Delfim Netto e sua relação com os governos do presidente Lula

    (Foto: ABR)

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    247 – O economista Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda dos governos Lula e Dilma, participou de uma entrevista ao programa 30 Minutos, TV 247, onde discutiu a trajetória e o legado de Delfim Netto, economista e ex-ministro do regime militar, que faleceu recentemente.

    Mantega destacou o papel de Delfim como um grande defensor do desenvolvimento econômico do país, mencionando seu impacto durante o chamado "milagre econômico". “Delfim Netto foi um grande desenvolvimentista. No período do milagre econômico, o Brasil cresceu mais do que qualquer economia no mundo e a indústria se consolidou”, afirmou.

    No entanto, Mantega também ressaltou as limitações do modelo econômico adotado por Delfim durante o regime militar. “Mas era um desenvolvimentismo autoritário. Havia crescimento da riqueza, mas para poucos. Havia muita concentração da riqueza e arrocho salarial”, disse.

    O ex-ministro compartilhou suas lembranças de Delfim durante seus anos de formação acadêmica na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP. “Eu me formei em 1971, na FEA, onde Delfim era professor. Tive aula com os Delfim Boys. Delfim controlava a economia mesmo. Era o czar da economia”, comentou.

    Mantega também abordou a evolução política de Delfim ao longo dos anos, destacando sua transição para uma postura mais democrática e sua colaboração com os governos de Lula. “Nós da esquerda criticamos muito o Delfim, mas com o passar do tempo ele foi mudando e dialogando. Aprendeu a ser um democrata e se aproximou do governo Lula”, disse. Ele acrescentou: “Delfim sempre reconheceu os méritos do governo Lula. Lula fazia o bolo crescer e distribuía a renda de forma concomitante. Até porque ninguém quer dividir a sua riqueza.”

    Mantega conclui refletindo sobre a contribuição intelectual de Delfim. “É um erudito, leu tudo. Eu, Belluzzo e Walter Appel nos encontrávamos às sextas-feiras, depois que saí do governo”, recordou. "Eram sempre conversas muito agradáveis", relembra. Assista: 

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