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    "Diplomacia brasileira sem rumo enfraquece integração com América Latina", afirma Breno Altman

    Jornalista critica veto do Brasil à Venezuela no BRICS e aponta divisões internas no governo Lula sobre política externa

    (Foto: Divulgação | REUTERS/Ueslei Marcelino)
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    247 - Durante uma transmissão no canal Opera Mundi, o jornalista Breno Altman declarou que a recente decisão do Brasil de vetar a entrada da Venezuela no BRICS representa um grande revés para a diplomacia latino-americana e para a integração regional. Altman destacou que a política de “não alinhamento ativo” adotada pelo presidente Lula, ao tentar equilibrar relações com as potências ocidentais e ao mesmo tempo com os países do Sul Global, corre o risco de “enfraquecer a posição de liderança brasileira” e tornar o Brasil um parceiro instável aos olhos dos vizinhos sul-americanos.

    Segundo Altman, o veto do Brasil à Venezuela reflete divisões internas no governo, especialmente no Itamaraty, onde predomina uma corrente de pensamento liberal favorável ao alinhamento com os Estados Unidos e a União Europeia, em detrimento de uma política anti-imperialista mais integrada com os países vizinhos. Para o jornalista, a presença crescente de diplomatas com essa inclinação dentro do Ministério das Relações Exteriores enfraquece o projeto de uma diplomacia regional coesa e intensifica as tensões internas no governo brasileiro, que se vê pressionado a abandonar, por razões políticas, uma aliança mais robusta com a Venezuela.

    Altman também criticou a crescente influência da corrente liberal no próprio PT, o que ele vê como um possível “passivo eleitoral” para Lula. "Esse comportamento pendular, sem uma direção clara, pode acabar desgastando a liderança do Brasil e comprometendo a integração latino-americana", afirmou Altman. Segundo ele, essa postura enfraquece o histórico anti-imperialista do partido e dilui o compromisso do Brasil com a autonomia regional, aspectos que sempre marcaram a política externa brasileira em administrações passadas.

    Outro fator que, segundo Altman, ilustra o impacto desse afastamento diplomático é o episódio envolvendo o diplomata Eduardo Saboia, subsecretário para Ásia no Itamaraty e conhecido por suas interferências controversas em casos de asilo político. Altman aponta que a nomeação de Saboia para posições estratégicas evidencia a ofensiva do pensamento liberal no Itamaraty e intensifica a fragmentação da política externa brasileira.

    A recente declaração de Tarek William Saab, procurador-geral da Venezuela, que chegou a acusar Lula de se alinhar com a CIA, apesar de repudiada pelo governo Maduro, expôs ainda mais o distanciamento entre Brasil e Venezuela. Para Altman, a atitude do Brasil prejudica a construção de um bloco coeso na América Latina e representa uma perda significativa para a integração regional e para o fortalecimento do Sul Global em sua luta anti-imperialista.

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