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    “Estereótipos e imposição de gênero são fantasias perversas da nossa sociedade", diz Marcia Tiburi

    Marcia Tiburi fala a violência de gênero e a desconstrução dos estereótipos

    Marcia Tiburi | Mônica Silva | Valéria Marchi (Foto: Divulgação)

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    247 - No programa Revolução Molecular, da TV 247, celebrando o Dia Internacional da Mulher, as apresentadoras Valéria Marchi e Mônica Silva conduziram uma entrevista com a escritora e filósofa Marcia Tiburi. Em meio a discussões sobre a questão da violência contra as mulheres, o feminismo e o avanço do fascismo neopentecostal no Brasil, Tiburi trouxe reflexões sobre a situação atual da violência de gênero, as subjetividades masculina e feminina e a construção dos estereótipos de gênero.

    Abordando a alarmante escalada da violência contra as mulheres, Tiburi destacou: " Então eu acho que nós estamos avançando. Ao mesmo tempo, a resposta que o patriarcado como sistema de violência dá a nossa luta, é uma resposta violenta." Ela ressaltou a importância das mulheres poderem agora manifestar e denunciar as violências que sofrem, um direito que antes lhes era negado. No entanto, observou que essa maior visibilidade também tem sido acompanhada por um aumento da violência perpetrada pelo patriarcado.

    Sobre as subjetividades de gênero, Tiburi apontou que tanto a subjetividade masculina quanto a feminina são moldadas dentro de parâmetros violentos. Ela destacou como a violência é naturalizada no patriarcado, forjando uma subjetividade masculina que detém poder através da violência, enquanto a subjetividade feminina é construída em torno da aceitação da violência como norma natural, resultando em uma posição subalterna e desempoderada para as mulheres: “a subjetividade masculina ela ainda é forjada em cima desse parâmetro da violência, e a subjetividade feminina ainda é forjada dentro de um parâmetro não violento e ao mesmo tempo masoquista, capaz de receber a violência alheia como uma norma natural, porque assim é no patriarcado, a violência ela é naturalizada e ela vem a forjar subjetividades”

    No que diz respeito aos estereótipos de gênero, Tiburi destacou a importância de analisar a produção de subjetividade dentro da construção dos gêneros, tanto dentro do sistema binário como em sistemas mais abrangentes que desafiam essa estrutura. Ela enfatizou a necessidade de desconstruir estereótipos e imposições de gênero, especialmente no contexto LGBTQIA+, como uma forma de abrir perspectivas para um mundo com menos violência e menos restrições impostas pela sociedade.

    “Então acho que é importante a gente perceber tudo isso e nos abrirmos nessa época para essas outras subjetividades dentro do território da desconstrução dos gêneros. Eu acho muito legal pensar o mundo LGBTQIA + … como um mundo que abre perspectivas para muitas pessoas, talvez não para nossa geração que é uma geração muito recalcada. E é justamente esse recalque que nos faz ser mulher e homens, do meu ponto de vista. E o desrecalcamento, a meu ver, ele vai levar a uma perspectiva mais aberta, de menos violência, com menos estereótipos e imposição de gênero que são fantasias bastante perversas da nossa sociedade.”

    Márcia Tiburi deixou claro que a desconstrução dos gêneros e a abertura para outras subjetividades são essenciais para uma sociedade menos violenta e mais inclusiva. 

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