"Lula não vai ser aceito pelo clube da elite brasileira", diz Paulo Nogueira Batista Júnior
Economista também afirma que o governo Lula não pode aceitar uma economia sem crescimento
247 – O economista Paulo Nogueira Batista Júnior defendeu, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, a escolha da ex-presidente Dilma Rousseff para presidir o banco dos BRICS. "O banco dos BRICS precisa de uma reformulação e a escolha da presidente Dilma foi muito boa. Ela chega com autoridade de quem foi presidente da República. O presidente atual era muito fraco", afirmou. "Para a presidente Dilma, será um mandato para colocar em jogo o Sul, os BRICS… o banco pode cooperar com os bancos de fomento dos países", acrescentou.
O economista também avaliou que a viagem de Lula do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Washington foi um sucesso. "Lula será líder de alcance mundial e está mostrando isso. A relação com os Estados Unidos voltou a ser de alto nível", apontou.
Na entrevista, ele também entrou na polêmica sobre a independência do Banco Central. "O presidente do Banco Central não pode tomar partido político. Se Roberto Campos Neto não entendeu isso, é um tosco. Afora isso, o Banco Central não pode ser um quarto poder", disse ele.
Paulo também fez um alerta. "Há um risco de estagnação em 2023 e isso é um problema para o governo Lula. O Brasil precisa de uma política fiscal expansionista neste momento", disse ele. "Lula está se saindo um ótimo economista. A inflação não é de demanda, mas causada por choques de oferta. E os juros ainda destroem as contas públicas. Lula não pode aceitar uma economia sem crescimento. A mídia hoje expressa os interesses de um bloco de poder, o capital financeiro, que não está interessado no sucesso do governo Lula", destacou.
Paulo também afirmou que o presidente Lula não vai ser aceito pelo clube da elite brasileira e disse que isso deve se refletir na ação dos ministros. "A equipe econômica está cometendo um erro estratégico, ao falar da reforma tributária indireta. Tem que fazer a reforma direta, aquela que o Abílio Diniz teme e que taxa os mais ricos", acrescentou.
Resgate das construtoras
O economista também afirmou que o governo precisa ter a coragem de resgatar as empresas atingidas pela Lava Jato. "As empreiteiras brasileiras são estratégicas e podem participar de uma nova rota da boa esperança, unindo Brasil e África", afirmou. "Quem imagina que um país como o Brasil não pode ter indústria? Não há segurança nacional sustentável sem um setor industrial forte. E com capital nacional", ponderou.
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