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Macaé Evaristo: “guerra cultural nas escolas foi estratégia para saquear os cofres públicos”

Integrante da equipe de transição, deputada estadual eleita fala sobre apagão de dados, problemas no orçamento e retrocesso na inclusão na área da educação

Macaé Evaristo | Escola (Foto: Reprodução Facebook | Agência Brasil)

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247 - A vereadora e deputada estadual eleita Macaé Evaristo (PT-MG), integrante do grupo técnico de Educação da equipe de transição do governo Lula, falou ao programa Casa das Manas, na TV 247, sobre os números divulgados nesta semana que mostram o desmonte em todas as áreas do Ministério da Educação: desde o ensino básico, passando pelo profissional ao superior.

Em nota divulgada na última terça-feira (6), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão vinculado ao MEC, anunciou que por conta de um bloqueio de recursos do governo Bolsonaro, deixaria de pagar mais de 200 mil bolsas destinadas a alunos de mestrado, doutorado e pós-doutorado em dezembro. Depois da péssima repercussão, o ministro da Educação do atual governo, Victor Godoy, anunciou o pagamento das bolsas até a próxima terça-feira (13).

Doutora em Educação, ex-secretária municipal e estadual do setor em Belo Horizonte e Minas Gerais, Macaé Evaristo traz detalhes sobre problemas, além do orçamento, como apagão de dados e o retrocesso nas políticas de inclusão. “Até a estrutura do MEC foi toda desconfigurada”, afirma.

“Nós desenvolvemos um monitoramento da frequência escolar, junto com o Bolsa Família, por classe social. Chegamos a 95% de acompanhamento. Com o Auxílio Brasil, não chegamos a 60%”, compara, ressaltando a falta de dados para a elaboração de políticas públicas. “Temos muitos dados de abandono escolar. Que, na verdade, não é abandono. É expulsão. Quando a gente não oferece as condições para esses estudantes ficarem nas escolas…”, completa.

Sobre os desafios em relação à questão ideológica, ela acredita que “a guerra cultural nas escolas foi uma estratégia para saquear os cofres públicos”. “O que está por trás dessa tentativa é instaurar uma escola de pensamento único. Eles dizem defender a liberdade de expressão, mas querem impor somente a sua forma de pensar”, descreve. “Essa é uma tarefa que a gente tem de aprofundamento do direito à educação”, coloca como desafio.

Em 2013 e 2014, Macaé comandou a Secadi (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão), órgão vinculado ao MEC e cuja recriação é um consenso do grupo de transição. Agora, ela defende que é preciso retomar com toda a força as políticas de diversidade que foram aplicadas nos governos do PT.

“Se a gente não enfrentar o racismo, se a gente não enfrentar o machismo, o patrimonialismo institucional presente no nosso país, nós vamos reiterando [as posições atuais], porque eu vou dizer: os escravocratas do século XIX conseguiram uma grande façanha: eles conseguiram atualizar seu discurso em 2021. É uma luta abolicionista a que a gente vive”, constata.

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